É carnaval... meia noite e meia. E posso dizer que estamos na madruga de sexta para sábado de carnaval... e não fosse meu namorado ligar mais cedo do meio da folia em Salvador, falando um monte de coisas que não entendi direito, eu não teria consciência disso. Para mim, é só mais um feriado, deveras prolongado, é claro. E eu assistindo um filme antigo pela metade na TV, e navegando pelo facebook... fiquei pensando... como o face está chato... a galera não para de publicar um monte de imagens horrorosas, com frases medíocres de receitas para uma vida melhor... tem de tudo, piadas, auto-ajuda, religiosidade barata, comemorações futebolísticas, conselhos politicamente corretos, bandeiras de todo tipo e por aí vai. Cada vez mais este site, que acho, um dia já foi melhor, anda difícil... mas todos estão lá. E hoje, principalmente aqueles que, como eu, não tem nenhuma programação digna de carnaval. A TV, que deveria ter se programado para atender aqueles que cultivam dentro de si um ser anti-social, também anda impossível, nada de bom... nenhuma programação que permita ficar mais de cinco minutos concentrado. Enfim, parece terrível o destino de uma garota que namora alguém há três mil quilômetros de distância, cujo carnaval está entre os melhores do mundo... mas que resolveu permanecer em sua cidade interiorana no sul do Brasil. Contudo, obviamente, não posso acreditar nisso, que tenho um destino assim tão triste. Na verdade, normalmente eu nem teria admitido publicamente... por isso, para me convencer do contrário, e alimentar a minha vaidade sulista de que carnaval na Bahia não é tão bom assim, e que eu nem queria tanto estar lá, criei alternativas. Calma... não topei o retiro espiritual que o pastor líder de jovens da igreja me convidou... seria deprimente demais. Mas finalmente arrumei os livros de "A guerra dos tronos"... o que me fará ficar ocupada durante qualquer momento que encarar o carnaval como um feriado qualquer pareça depressivo. Os volumes tem em média mil páginas... e estou com os dois primeiros. E eles me salvarão de qualquer tentação de me entregar a um estado vegetativo de observar a vida alheia na mediocridade do facebook ou da TV durante horas. Também me prevenirão de correr o risco de encarar o carnaval maringaense ao som da poesia sertaneja universitária. E além das leituras, tenho algumas possibilidades festivas... churrasco do laboratório amanhã, reunião de amigos em casa, saída com o irmão mais velho e a cunhada, cerveja com amigas e quem sabe até um cineminha. Em condições normais, de um feriado qualquer... não estivesse eu namorando um quase baiano residente em Salvador... eu ia achar que estava abafando com a minha infinidade de compromissos e entregas à literatura. Mas dessa vez, tenho que admitir, a minha vaidade perdeu uma estrelinha.
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