Meus pensamentos andam bagunçados... talvez por isso, eu tenha tentado escrever durante o dia todo e não tenha conseguido chegar ao fim de nenhum texto. E nem sei se vou conseguir finalizar este de uma maneira que me agrade. Estou muito cansada... uma noite inteira viajando para voltar pra casa. Dias agradáveis os anteriores, cheios de sonhos, descanso, poesia, beleza... mas hoje um dia cheio de realidade, de encontro comigo, das dúvidas que me habitam. E são tantas. Dúvidas quanto a qual encaminhamento dar para a vida, decisões a tomar... coisas a fazer por mim. Confesso que não sei ao certo por onde começar. Hoje, conversando com um amigo (talvez o melhor deles)... ele disse "Será mesmo preciso fazer algo por você? Você toma atitudes rápido demais, não digere as coisas como deveria, artificializa várias resoluções que não são tão fáceis de acontecer". Não sei se foram estas as palavras dele exatamente, sei que foi algo assim. E concordo. As vezes me apego a argumentos simplistas, imediatos para não deixar as dores entrarem, as angustias se instalarem. E muitas vezes erro por isso. Anestesiar, maquiar as coisas quase sempre faz mal. Tem muita coisa dentro de mim gritando... querendo ser resolvida mesmo, sofrida, vivida até o fim, encarada de frente. Acho que as vezes certos fantasmas chegam perto de mim, e eu simplesmente finjo que não os vejo... talvez tenha chegado a hora de admitir a existência deles. Muitos fantasmas... com tantos nomes diferentes... que se misturam uns com os outros... carreira, direito, vida acadêmica, política, religião, família, amor, paixões, amizades, inimizades, moralismos, culpas, preconceitos, ausências. Poderia fazer uma lista imensa que provavelmente teria nela não só nomes de instituições ou sentimentos, mas também de pessoas. Admitir a presença desses fantasmas, é importante, admitir que tantas coisas me assombram, também... mas acho que vou precisar ir além... será preciso perguntar o que ainda fazem na minha vida, porque me assombram. Talvez perguntar a eles seja somente uma forma de dizer, na verdade é perguntar a mim mesma porque conservo tantas almas penadas dentro de mim.
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