domingo, 25 de março de 2012

quinta-feira, 22 de março de 2012

As melhores companhias


Sempre me contradigo. Disse que não ando muito animada para escrever, mas olha eu aqui de novo, registrando minhas impressões sobre a vida. Pra variar, estou em viagem... e como gosto desta vida de andar por este país. Desta vez viajei num momento estratégico, que eu realmente precisava estar fora de casa. Mas, agora pouco, desci do prédio que estou e sentei num banco ao ar livre... e ao observar a paisagem cinzenta de São Paulo, fiquei pensando na minha casa em Maringá. Todo mundo que já foi lá sabe que aquele é um dos lugares mais aconchegantes que existem... mas, sentada num banco, olhando a paisagem estranha e caótica de São Paulo, que será meu local de moradia  neste ano e talvez em muitos outros mais, me senti em casa, com o coração aconchegado, alegre e cheio de esperanças... aí percebi uma coisa que pode parecer boba, tipo frase feita em imagem cafona no facebook, mas percebi que meu lar está dentro de mim. E que não importa onde eu vá, tem uma força aqui dentro, uma luz, uma auto-estima, uma sensação de inteireza que ninguém me pode tirar. Vou sentir falta da minha casa, na grande fazenda iluminada chamada Maringá.... vou guardar para sempre imagens de felicidade das minhas referências e raízes... contudo, posso ir a qualquer lugar que eu queira ou precise, porque tenho dentro de mim as melhores companhias.

terça-feira, 20 de março de 2012

Jornadas, Pedras, Bares, Lembranças...

Sai de mim vida mal vivida, espelhos embaçados,
Velhos porta-retratos quebrados.
Não sou o passar a limpo de seu rascunho,
Não sou você. Não sou seu resumo,
Não assumo a extensão narcísica que tentas fazer em mim.
E também essa não é uma história de abandono,
Eu não sou aquela mulher perdida,
Odiada e amada dos seus pesadelos e sonhos.
Não assumirei papéis, terei minhas próprias obsessões,
Não trocarei contigo anéis. Serão outras as minhas ações.
Essa amarração histérica da relação, será em vão!
O melhor que você pode ter de mim neste momento,
Com esse agir horrendo, falando de morte onde tem vida,
É o que há de pior em mim.
Não permitirei essas projeções atrozes,
Estas expectativas desleais. Nós não somos iguais.
Nem eu com você, nem eu com ela,
Talvez sim, você e ela!!
E a minha história será outra história,
Diferente, e espero, mais bela.



segunda-feira, 19 de março de 2012

Discutir Relações


Ando meio desconfiada quanto a função deste blog na minha vida. Acho que tentar entender e discutir a vida paralelamente à vivê-la nem sempre é uma boa, ou melhor, quase sempre não é. Uma vez ouvi um psicanalista ser inquirido quanto a qual seria a melhor hora de um casal discutir sua relação... a resposta foi ótima: "Nunca! Relações não são para serem discutidas, e sim vividas." Acho a resposta genial. As vezes penso que este meu blog nada mais é do que uma forma constante de discutir a minha relação com a vida, ao invés de viver tudo que posso na sua simples e maravilhosa intensidade, fico aqui, fazendo metalinguagem pobre de espírito, encarando debates e mais debates, discussões e mais discussões com a vida e ainda de maneira pública, para no fim ver se alguém se identifica comigo e fica do meu lado na discussão desta relação. Acho que estou precisando resignificar meu blog, ou acabar com ele. Porque cada vez menos quero discutir relações... e cada vez mais, quero vivê-las.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Fumar


Toda vez que rola alguma coisa importante na minha vida, tomo algumas atitudes de cuidar mais e melhor da minha saúde. E a ação mais simbólica de todas elas é parar de fumar. Já fiz isso algumas vezes, e de todos estes anos que fumo, quase um terço deles, fiquei sem fumar, porque quando paro, fico um tempão, seis, nove meses, até um ano já rolou, não deixando assim de ser uma política de redução de danos. Mas, em todas as vezes, quando a vida voltou a sua rotina, acabei retomando o vício. Parar de fumar exige uma série de medidas, um verdadeiro ritual que já estou bem adaptada. A primeira coisa é retomar as atividades físicas, voltar a correr no parque ou ir pra academia é fundamental para que o corpo consiga processar mais rápido a desintoxicação. Outra coisa é se preparar para comer melhor, mais legumes e frutas, mais coisas saudáveis, cortar refrigerantes e frituras também ajudam bem, porque a tendência mais natural de quem pára de fumar é compensar com a comida. Até rola, desde que tudo que você coma seja saudável, engordar um pouco nesta fase é inevitável. Confesso que cada vez que faço isso vai ficando mais difícil, quase não tenho coragem... mas vou. Hoje já fui na frutaria, comprei um monte de comidas saudáveis, estou pronta para ir correr e respirando fundo... já faz quase 20 horas que não fumo e estou com dor de cabeça e pra piorar um pouco, depois de amanhã entro em TPM... e essa vai ser brava. Mas vamos que vamos.

Vejam bem...


Vejam bem... as coisas não são apenas o que vocês podem enxergar,
Nunca chegará a hora em que o mundo irá parar...
O tempo não congela, a vida não exagera,
E guarda com ela uma estranha dialética de compensação.
Então não... não invertamos os valores,
Não se pode confundir obsessões com amores,
Há uma diferença quanto ao que está na mente e o que vem do coração.
Não, o passado não pode alcançar a realidade,
Já faz tanto tempo, que nem me lembro se um dia foi verdade...
Há tanto já mudaram os cenários, desamarram-se os laços.
E as cenas, os fatos, estão tão distantes e os pensamentos escassos,
Digam até logo, adeus, aceitem os fatos... respeitem o espaço,
Não há discussão, a minha resposta é não...
E não importa a opinião quanto lucidez ou loucura dos meus passos.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Ato Consumado


A vida segue em meio a tudo.
Segue e não leva em conta,
Desconta... 
Passa por cima do faz de conta.
A vida no fundo gosta da verdade,
E ri à toa da mesquinha vaidade.
E tem o tempo como seu criado,
Que vai deixando pra trás os rodeios,
E os retratos mal tratados.
Espaços vão sendo preenchidos,
Vazios, ocupados.
E não há conversa que passe,
Não há choro amarrado,
Nem promessa boba que inverta
Um ato consumado.


terça-feira, 13 de março de 2012

Mudanças


A vida é mesmo muito dinâmica, pra dizer um eufemismo. Numa hora está tudo bem tranquilinho e a gente bem sereno, num grande sítio iluminado chamado Maringá, com concurso público eminente pra assumir, e pra dizer pouco, numa zona de conforto sem igual. Aí vem a vida, e inverte tudo... nos desafia a mudar a lógica e nos reinventar. E para completar, ainda avassala o coração, fazendo nascer paixões por todos os lados. Paixão por uma pessoa especial, paixão pela proposta nova de trabalho, paixão pela mudança, paixão pelas ironias da vida e sua não linearidade deliciosa... não quero e não posso negar que estou animada com tantas mudanças, com tanta efervescência proposta. Evito criar ilusões, procuro controlar qualquer tipo de deslumbramento... porque o novo não exclui lutas, dificuldades, barreiras a serem ultrapassadas, provavelmente algumas que nem consigo imaginar... mas seja lá o que for que vier, que venha. Eu quero mesmo é encarar o desafio.

terça-feira, 6 de março de 2012

Família


Quando eu era criança, cheia de coleguinhas no pré sempre rolava alguma confusão. Uma menininha da turma brigava com outra, aí, o grupinho se dividia em dois. E as meninas que não tinham nada a ver com a briga, todas se posicionavam, em favor de algum dos lados. Os grupos se tornavam rivais... e chegava um tempo que nem sabíamos mais porque estávamos brigando. Mas isso não importava, o principal era a disputa, aí fazíamos tudo para ver quem se destacava mais nas brincadeiras, quem era mais amada pela professora, e por aí vai. Essa coisa de se ofender com alguém por uma briga que não é nossa, na infância era bem divertido... e as vezes pode ser divertido até hoje em dia... já que a escola nada mais é do que metáfora da vida. Quando algum amigo é veementemente ofendido sentimos suas dores e ficamos no mínimo ressabiados com o ofensor. Na política isso também pode até rolar, de forma elaborada e em outras dimensões, é claro. No geral é preciso tomar posição e mesmo que a briga não seja nossa, defendemos um grupo, um projeto. Mas em casa, quando se tem pais separados e amados por nós na mesma dimensão, não há que se tomar posição. No meu caso a vida já ensinou faz tempo que em matéria de relacionamentos, não há vítimas e vilões. Quando as coisas chegam a um ponto que não deveriam, todos são culpados... porque em qualquer momento de um processo de ofensas, alguém poderia ter tomado uma atitude e apertado o botão desliga... e parado a confusão antes que isso tomasse dimensões insensatas. Por isso, a única coisa que tenho a dizer sobre estas infâncias mau resolvidas dos que aparentemente deveriam ser mais adultos que eu, é que vou seguir amando todos igualmente, mas não tenho nada a ver com isso. Incluam-me fora desta... fora mesmo.