Ando refletindo muito sobre a saudade. Talvez porque este sentimento esteja presente em minha vida agora. Dias atrás andei olhando fotografias não muito recentes sentindo falta de momentos que já foram. Acho que isso não é bom... porque não é saudade, é o tal do saudosismo... saudosismo é idealização de algo que já se foi. Não vai voltar, então a gente eterniza na memória (ou na fotografia), corta qualquer coisa ruim da lembrança referente ao objeto da falta e guarda, achando que o passado era melhor que o presente. Saudade não é isso. Saudade é um desejo realizável... dialoga com o passado que foi bom e com o futuro cheio de esperança... saudade é quando o presente é um vácuo afetivo... então a gente vai sentindo falta, mas também vai nutrindo esperança quanto ao reencontro... vai amando mais e mais, mesmo em condições adversas. As vezes sou saudosista porque isso é a cara da minha personalidade. Sou capaz de passar horas vendo fotos antigas... flertando com a melancolia, chorando a falta do que não volta mais na caverna da minha solidão. Sinto um prazer estranho nestas coisas. Mas hoje, neste exato instante, não é saudosismo que sinto. É pura saudade... profunda, verdadeira. Porque sinto falta de algo real, bonito, existente, e ao que me parece, recíproco. Belos momentos de um passado recente, dialogando com a esperança, a felicidade de um futuro próximo. Saudade do tipo que se tivesse um pouquinho mais de poder, me teletransportaria. Uma saudade que foi mudando de formato nestes mais ou menos trinta dias (nunca acerto essas contagens). No início alimentava, chegava até a envaidecer... porque me visitava em graus leves, poéticos e sutis. Mas foi dando lugar a uma dor, um incômodo que não dá para ignorar, um sentimento que não deixou de ser poético, porque mesmo doendo, gosto de ter, mas deixou de ser sutil. Contudo, não há muito o que possa ser feito neste exato momento, além de ordenar ao coração que se acalme, e escrever. Enquanto isso, permanecem as boas lembranças, lembranças estas que quase posso tocar, vivas aqui dentro. E permanece a esperança, a certeza de que mesmo doendo, o tempo há de passar. E falando de sentimento... permanece a espera do momento em que o presente não será um intervalo... e sim, sua presença em mim.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
E por falar em saudade...
Este blog anda uma fraude... tipo, estou escrevendo a cada cinco dias e olhe lá. Mas é assim mesmo, as vezes a gente escreve milhões, mais de um post por dia, outras vezes a gente fica meio calado. Meio que medindo as palavras, até pensa em escrever várias coisas, mas acaba desistindo. Mas acho que sei porque ando meio calada... essa semana que passou, mais de uma vez tive longas conversas com meu pai. Falamos muito sobre a minha avó. Meu pai me contou histórias da vida dela que eu ainda não conhecia. Ilustrações de uma personalidade imensa, difícil e admirável. Ela realizava coisas impensáveis para uma mulher que nasceu no início do século passado. E, apesar dos pesares, tive o privilégio de viver com ela os últimos anos de sua vida... ela pode ir na minha formatura e ver pelo menos uma neta se formar numa profissão que ela conhecia. A gente costumava conversar de muitas coisas, sobre os amores do passado dela, suas aventuras, gastronomia, casa e até política... ela cozinhava bem... uma comida saborosa, consistente, e obrigava a gente a comer milhões... acho que por isso que tenho estes estranhos hábitos. E quando já não mais podia cozinhar, procurava através de sua voz firme e olhar amedrontador, controlar o que estava sendo feito. Eu e meu pai vimos fotos dela, trocamos momentos que vivemos com ela. Elaboração do luto, colocando tijolo por tijolo... faz quatro meses que ela se foi. E ainda dói. Choramos juntos... de saudade... de admiração... rimos juntos, de saudade, de admiração.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Desejo
Tens uma delicadeza viril.
Uma força sutil,
E fica em mim a sensação
De que estes dias sem você foram muitos.
Porque são muitos os meus pensamentos,
São infinitas as lembranças,
Gosto, toque, gesto, cheiro.
E a saudade que antes alimentava,
Agora me mata, me cala a alma,
Enquanto o corpo grita de desejo.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Estranhas palavras
As palavras nada mais eram do que um espelho pobre de alguma alma estranha que a habitava. Escrevia quase como um padre sem preparo tentando exorcizar espíritos imundos... sentia medo do resultado, sentia um pavor imenso do momento em que ao acabar seu texto, teria que relê-lo... do momento de olhar o mal nos olhos. Mas ainda assim continuava a expor palavras, a completar estranhas frases que saiam de dentro dela quase involuntariamente, como numa espécie de transe. Seu único desejo é que aquele peso estranho fosse embora. Sensações corporais se confundiam com reflexões metafísicas... dores. Reflexões que doíam, corpo que chorava, sangrava. Pesos de conteúdo desconhecido... misturado com sentimentos que comumente deveriam ser bons, esplêndidos... mas não eram, ou não estavam. Qual a razão para tais manifestações? Não havia, pelo menos não ao alcance de seus olhos... seus olhos doíam, pesavam, viam e não enxergavam. Lembrava-se de um livro que lera há muito que dizia para se tomar cuidado com as metáforas... que o amor poderia nascer de uma única metáfora. Sempre que as usava guardava um certo temor, talvez porque as palavras do querido escritor um dia foram cravadas em sua alma. Temia ter pensado em sua angústia como espíritos imundos. Tinha medo de acordá-los, medo que eles nascessem de sua metáfora... tinha medo. Medo do dia seguinte, medo de sentir medo... medo de transformar tristezas efêmeras em patologias. Medo que o medo as transformasse. Afastava. Rejeitava pensamentos e sentimentos que não pareciam ser seus. Mas quem era para poder saber ao certo o que era seu? Quem era ela? Seria capaz de responder esta pergunta? Sentia que as vezes era. As vezes era tudo, as vezes era nada. Em momentos era o centro, em outros apenas não existia. Porém, ao confessar-se, ao escrever tudo que lhe vinha... continuava sem entender a razão de suas palavras, da tradução de suas angústias... mas ao contrário do que pensava... fez com que seus demônios dormissem ou fossem habitar outras almas... porque ao escrever, eles já não eram mais dela... mas talvez dos que lessem as suas estranhas palavras. E apesar de se sentir despreparada... exorcizara.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
A Distância
É difícil admitir e pode até parecer clichê... mas hoje eu queria mesmo é estar perto de alguns dos que estão longe. Algumas pessoas que a gente nem imagina, aparecem e resignificam as nossas vidas, em momentos que não estávamos esperando. Gente que a gente ama na hora em que vê, e nem sabe direito a razão... aí aos poucos vai descobrindo pequenas afinidades, vai se envolvendo, abrindo a alma... quando vê, parece que a vida já não pode seguir sem elas. Mas a distância é uma coisa muito dura, difícil de resolver, se é que se resolve. Aí o que a gente faz quando estamos junto com quem amamos e mora longe, é aproveitar cada momento. Mas como o tempo voa nesta hora... e como demora à passar quando estamos longe. Então a gente fica tentando remediar com telefonemas, conversas no face, mensagens de celular e por aí vai...ajuda, mas não resolve... o jeito é acalmar o coração, sonhar com o dia do encontro e esperar. Mas como disse uma amiga querida hoje, destas que moram longe... a distância separa os olhares, mas não pode separar os corações.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
O Carnaval
É carnaval... meia noite e meia. E posso dizer que estamos na madruga de sexta para sábado de carnaval... e não fosse meu namorado ligar mais cedo do meio da folia em Salvador, falando um monte de coisas que não entendi direito, eu não teria consciência disso. Para mim, é só mais um feriado, deveras prolongado, é claro. E eu assistindo um filme antigo pela metade na TV, e navegando pelo facebook... fiquei pensando... como o face está chato... a galera não para de publicar um monte de imagens horrorosas, com frases medíocres de receitas para uma vida melhor... tem de tudo, piadas, auto-ajuda, religiosidade barata, comemorações futebolísticas, conselhos politicamente corretos, bandeiras de todo tipo e por aí vai. Cada vez mais este site, que acho, um dia já foi melhor, anda difícil... mas todos estão lá. E hoje, principalmente aqueles que, como eu, não tem nenhuma programação digna de carnaval. A TV, que deveria ter se programado para atender aqueles que cultivam dentro de si um ser anti-social, também anda impossível, nada de bom... nenhuma programação que permita ficar mais de cinco minutos concentrado. Enfim, parece terrível o destino de uma garota que namora alguém há três mil quilômetros de distância, cujo carnaval está entre os melhores do mundo... mas que resolveu permanecer em sua cidade interiorana no sul do Brasil. Contudo, obviamente, não posso acreditar nisso, que tenho um destino assim tão triste. Na verdade, normalmente eu nem teria admitido publicamente... por isso, para me convencer do contrário, e alimentar a minha vaidade sulista de que carnaval na Bahia não é tão bom assim, e que eu nem queria tanto estar lá, criei alternativas. Calma... não topei o retiro espiritual que o pastor líder de jovens da igreja me convidou... seria deprimente demais. Mas finalmente arrumei os livros de "A guerra dos tronos"... o que me fará ficar ocupada durante qualquer momento que encarar o carnaval como um feriado qualquer pareça depressivo. Os volumes tem em média mil páginas... e estou com os dois primeiros. E eles me salvarão de qualquer tentação de me entregar a um estado vegetativo de observar a vida alheia na mediocridade do facebook ou da TV durante horas. Também me prevenirão de correr o risco de encarar o carnaval maringaense ao som da poesia sertaneja universitária. E além das leituras, tenho algumas possibilidades festivas... churrasco do laboratório amanhã, reunião de amigos em casa, saída com o irmão mais velho e a cunhada, cerveja com amigas e quem sabe até um cineminha. Em condições normais, de um feriado qualquer... não estivesse eu namorando um quase baiano residente em Salvador... eu ia achar que estava abafando com a minha infinidade de compromissos e entregas à literatura. Mas dessa vez, tenho que admitir, a minha vaidade perdeu uma estrelinha.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Lulus
Faz um tempo que venho refletindo sobre a importância de alguns espaços. Meninos e homens costumam se reunir para atividades lúdicas e saudáveis... seja o jogo de futebol, partidas de sinuca e pocker, jogos eletrônicos... acho um máximo. E no fundo, acho que as mulheres morrem de inveja destes espaços. Por isso, no geral, causam tantos problemas por causa das reuniões masculinas. Falta as mulheres espaços próprios... vida própria. Muitas mulheres se casam ou começam a namorar e esquecem de suas vidas. Vivem a vida do outro, relacionam-se com as pessoas do círculo do outro e por aí vai. Muitas até mudam de cidade em função da vida do outro, submetem suas carreiras a do homem, e com isso, em muitos casos, submetem tudo o mais, pois se afastam do que realmente são. Não gosto disso. Sempre gostei de ser inteira, até mesmo quando não consigo. Gosto de ter companhia, mas acima de tudo gosto da minha própria companhia. Gosto de ser quem eu sou, invisto na minha identidade, que passa pelas coisas mais subjetivas, de reflexões quanto a vida, leituras que faço, músicas que ouço, bobagens que escrevo, meu amor pelos membros de minha família, até questões muito objetivas, como o apego que tenho pela minha casa, cidade, amigos e espaços nos quais eu me sinto bem. Acho que falta isso para a maioria das mulheres... identidade mais sólida, espaços individuais. Por isso, criei um grupo...toda quarta-feira a noite, as meninas se reunirão...começa hoje, aqui em casa... sem fins políticos ou acadêmicos (claro que é um plágio de um grupo que outras amigas minhas já tinham há muitos anos), com intuito de construir um momento em que as mulheres se sintam completamente a vontade, sejam casadas, solteiras, um espaço que fomente a leveza... a suavidade... podemos falar de quaisquer coisas, sentimentos, relacionamentos, filhos, casamento, vestidos, acessórios, esmaltes, cabelo, sapatos, homens, poesia, música, literatura, carros, política, universidade, carreira... não importa. Importa que este espaço nos lembre quem somos... e que não pretendemos ser coadjuvantes... nem por uma vida... nem por um instante.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Madrugadas
Penso em você em meio as horas que se vão,
Como serão tuas madrugadas?
Infinitas, vazias, exatas...
Por onde andarás?
Pelos bares, ruas, luares... baladas.
Meus pensamentos voam,
Vozes atrozes, dentro de mim ecoam:
Por onde andarás?
Por outros olhares, mistérios... amadas.
Afasto...
Evito jogar pensamentos ao vento,
Digo a alma: "tome tento."
O amor em liberdade é coisa rara,
E não há melhor invento.
Então lembro que este receio,
Dolorido por dentro,
Que deixa a alma calada,
Mesmo que neste estranho agora seja tudo...
Na verdade não é nada.
As três peneiras de Sócrates
É interessante como tem coisas que acontecem que são presságios. No fim de semana, passado, ao conversar com uma pessoa que amo... ela me disse que a partir de um determinado momento de sua vida, quando alguém chega a ele para contar algo que disseram a seu respeito ou a respeito de alguém como uma fofoca ou algo assim, passou a utilizar as três peneiras de Sócrates.
Aí, perguntei o que significava isso e ele explicou. Eis que um homem chegou ao filósofo para lhe contar algo dizendo que era de seu interesse. Então Sócrates, antes que o outro continuasse, perguntou se a informação passava pelas três peneiras... como eu, o homem questionou o que isso significava. O sábio explicou e perguntou: "A primeira peneira que precisa passar tua informação é a peneira da VERDADE... Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?". O outro respondeu de maneira duvidosa... dizendo que ouvira falar e não vira o que ocorrera. Sócrates continuou: "A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?". Envergonhado o homem respondeu "Devo confessar que não." E para finalizar o filósofo continuou: "A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar?" O homem, ainda mais encabulado, disse: "Útil? Na verdade não." "Sendo assim se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti."
Hoje, tive uma experiência cuja informação que alguém, supostamente de minha confiança, trouxe a mim que deveria ter passado pelas três peneiras. Informação, que mesmo que passasse pela primeira, pelas duas últimas não teria passado jamais... pareceu pura intriga e maldade. Ao analisar a conversa depois (porque na hora eu não tive nenhuma reação) vi o quanto era uma informação maldosa, nutrida de vícios, ciúmes e picuinhas, de veracidade duvidosa e de utilidade alguma... e lembrei das três peneiras... e lembrei que preciso delas para receber qualquer conversa... assim me preservo e preservo as pessoas. E quem sabe, contribuo com um mundo melhor.
32 anos de PT
Tenho 26 anos de idade. E faz um tempo que me atentei para a importância de atuar politicamente. Desde as primeiras lições de história na escola, minha consciência vem despertando para a luta social. Comecei no grêmio, depois nas outras instâncias do movimento estudantil secundarista. Mais tarde, fui para Universidade e lá também continuei atuando. E o Partido dos Trabalhadores, de certa maneira sempre foi parte importante dessa descoberta em minha vida... enquanto estávamos lá na base, nas conversas de corredor das escolas e das universidades, nas manifestações por maiores conquistas para os estudantes, nas campanhas de grêmio, CA e DCE, defendendo um Brasil diferente, acreditando que tudo poderia ser melhor, o Governo do PT estava tocando em frente um projeto que transformava a vida do povo e honrava o discurso que fazíamos. Anos antes de eu nascer este Partido foi criado. Este Partido que resignificou a minha história e a história de milhões de brasileiros, faz hoje 32 anos de existência e me enche de orgulho. Porque prova não só que foi capaz de iniciar um processo de transformação, mas que é capaz de dar sequência a ele, quando em seu Quarto Congresso aprova a paridade entre homens e mulheres nos espaços e 20% de vagas em suas instâncias de direção para os jovens. Com isso o PT demonstra que não parou no tempo, e que quer as novas opiniões e gerações dentro de sua estrutura pra que possa dar sequência a construção de um sonho, o sonho de uma sociedade justa, de igualdade, socialista. Por isso, eu que nasci depois e aprendi a sonhar e lutar por este sonho junto com tantos outros deste Partido... me encho de orgulho e comemoro. Parabéns ao PT pelos seus 32 anos e parabéns a cada um que fez e faz este Partido acontecer.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Lembrei do House
Toda quarta-feira é dia de fechamento de pira errada. Vou à terapia e volto com uma sensação de "porque não pensei nisso antes?". Faz trocentos mil anos que faço psicanálise, e acho que nunca vou ter alta. Porque sempre descubro absurdos sobre mim mesma a cada sessão. Isso pode parecer um tremendo não incentivo para quem pensa em fazer e nutri algum preconceito. Mas é bom, garanto. Perceber que me perco de mim a cada segundo e que preciso cuidar disso... me vigiar sempre, faz a gente melhor, mais autêntico, e reduz os riscos de a gente se perder. Uma das pautas de hoje foi o sentimento de onipotência que nutrimos constantemente... ignorando as nossas limitações e embarcando em histórias com a sensação que somos capazes de dar conta de qualquer coisa. Pura ignorância. Não ter um mínimo de egoísmo quanto ao que se quer da vida não é bondade, é falta de identidade, ego flácido. Em matéria de relacionamentos sempre fui mestre em fazer isso sem perceber. Encarei gente de todo tipo... transtorno bipolar, ausência de subjetividade, dependência materna patológica, indisponibilidade para se relacionar, projeções desleais, falta de ternura e serenidade, ciúmes invasivos (o que é uma redundância, pois não há ciúme que não invada), viuves não superada, pacotinho cheio de filhos e até burrice... o caos!!! E eu sempre acreditando que ia dar conta. Sempre pensando que eu seria capaz de suportar qualquer problema em nome do amor e aos poucos cresceríamos juntos rumo a uma vida feliz... cretinice. Loucura pura. Claro que a psicanálise vai pra um extremo meio triste... afirma que amor é nada mais nada menos do que acomodação... duas pessoas que são o que são, se aceitam e dividem a vida. Tentar ajudar o outro a resolver seus problemas de essência (que estão lá antes de você chegar) não é amor, é enfermagem, medicina, advocacia, psicologia sem remuneração... e pior... é se enganar. A recomendação é que se você quer que o outro seja alguém diferente... troque de parceiro, ou mude você suas expectativas... ninguém muda porque você quer. Reflexão brava essa... mas boa!!! Lembrei do House: "as pessoas não mudam".
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Como seria o mundo...
Distante,
Contemplo você na memória que ficou aqui.
Rememoro tua calma...
E controlo a curiosidade que tenho
Para saber ao certo os mistérios da tua alma.
De perto,
Entrego somente o que há de melhor em mim.
Medito em teu silêncio,
Provo e aprovo os teus sabores complexos,
Em diferentes aspectos.
Num tempo curto,
Eu curto seu calor e o nosso estranho nexo,
Côncavo, convexo.
Por fora,
A realidade no teu mundo barroco distante,
Apavora, chora,
Resignifica a vida, flertando com a morte.
Perde o norte, piora.
Talvez mude o curso da história.
Por dentro,
Enquanto isso, sinto tudo, sinto muito.
Duvido, acredito, tento, entendo, observo, invento.
E na simplicidade escrevo, sobre o nosso amor.
Crendo nesse sentimento, de um jeito quase infantil.
Como a metáfora de um tempo que faz parte dos meus sonhos,
Das motivações para as nossas lutas.
Tão diferente desse mundo louco,
cheio de angústias.
E me coloco a imaginar...
Como seria a realidade se o mundo pudesse provar
Desse universo lindo e raro
Que com você, eu pude encontrar.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
As almas penadas que habitam em mim...
Meus pensamentos andam bagunçados... talvez por isso, eu tenha tentado escrever durante o dia todo e não tenha conseguido chegar ao fim de nenhum texto. E nem sei se vou conseguir finalizar este de uma maneira que me agrade. Estou muito cansada... uma noite inteira viajando para voltar pra casa. Dias agradáveis os anteriores, cheios de sonhos, descanso, poesia, beleza... mas hoje um dia cheio de realidade, de encontro comigo, das dúvidas que me habitam. E são tantas. Dúvidas quanto a qual encaminhamento dar para a vida, decisões a tomar... coisas a fazer por mim. Confesso que não sei ao certo por onde começar. Hoje, conversando com um amigo (talvez o melhor deles)... ele disse "Será mesmo preciso fazer algo por você? Você toma atitudes rápido demais, não digere as coisas como deveria, artificializa várias resoluções que não são tão fáceis de acontecer". Não sei se foram estas as palavras dele exatamente, sei que foi algo assim. E concordo. As vezes me apego a argumentos simplistas, imediatos para não deixar as dores entrarem, as angustias se instalarem. E muitas vezes erro por isso. Anestesiar, maquiar as coisas quase sempre faz mal. Tem muita coisa dentro de mim gritando... querendo ser resolvida mesmo, sofrida, vivida até o fim, encarada de frente. Acho que as vezes certos fantasmas chegam perto de mim, e eu simplesmente finjo que não os vejo... talvez tenha chegado a hora de admitir a existência deles. Muitos fantasmas... com tantos nomes diferentes... que se misturam uns com os outros... carreira, direito, vida acadêmica, política, religião, família, amor, paixões, amizades, inimizades, moralismos, culpas, preconceitos, ausências. Poderia fazer uma lista imensa que provavelmente teria nela não só nomes de instituições ou sentimentos, mas também de pessoas. Admitir a presença desses fantasmas, é importante, admitir que tantas coisas me assombram, também... mas acho que vou precisar ir além... será preciso perguntar o que ainda fazem na minha vida, porque me assombram. Talvez perguntar a eles seja somente uma forma de dizer, na verdade é perguntar a mim mesma porque conservo tantas almas penadas dentro de mim.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Leveza
Nesta hora tenho pensamentos de vida. Uma serenidade tomou conta de mim. Desde ontem venho tendo paz... tirei de dentro coisas que estavam pesando demais. Fui esvaziando... deixando só o que me faz bem... e para terminar esse processo, acabo de fazer ioga, o que fatalmente eliminou em 80% minha vontade de fumar, o que geralmente reflete ansiedade... muito bom. Uma sensação de equilíbrio, de paz. Acho que todos precisamos disso, cultivar a serenidade e saber que isso se faz a partir de dentro, não há nenhum outro ser humano que seja realmente capaz de nos dar equilíbrio, isso deve ser uma responsabilidade individual. E a partir disso, aí sim relacionar-se pode ser fantástico. Sinto-me tão bem... exatamente como eu gostaria de estar nesta hora, às vésperas de um feliz encontro, para que eu possa preservar e contribuir com as levezas outrora cultivadas.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Calar a alma
Hora de fazer um pouco de silêncio... hoje foi um dia intenso. Fiquei acordada boa parte da madrugada escrevendo um monte de coisas doidas, vendo filmes, séries. De manhã acordei... terapia... e falei, como falei... meu terapeuta ao invés de me atender durante uma hora, dobrou, começamos as dez e terminamos ao meio dia. Depois de novo escrevi... o legal é que tanto de madrugada, como depois do almoço, fiz texto não auto-biográficos (pelo menos no sentido imediato), achei bem legal pensar e tentar expressar sentimentos alheios. Vi dois amigos e de novo, falei e falei, postei músicas no facebook... conversei ao telefone milhões e meio. E cansei, muito, de dizer. Estou exausta... acho que consigo dormir cedo hoje, e finalmente fazer silêncio. Mas estava precisando tirar tanta coisa de dentro de mim... colocar pra fora angústias alheias que se misturam comigo. Sinto paz, calma... e finalmente, por hoje, posso calar a alma.
Jeito...
Não morre não menina, não morre não.
A vida não tem só essas duas escolhas,
Todos os caminhos são caminhos...
E você não precisa escolher.
Não se tranca, não se deixa morrer.
Seu inferno está trancado por dentro,
Essa fuga à mediocridade não traz alento,
Não deixa o verde dos teus olhos escurecer.
Você tem medo do seu próprio tamanho,
Mas desde a primeira vez que te vi,
Eu jamais pude esquecer...
Que esse seu mundo pequeno
É pequeno demais pra você.
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