A vida é labiríntica. Não óbvia. Adoro isso, mas é sempre dolorido. No geral estamos preparados para o linear, para aquilo que planejamos. E quase sempre, tudo sai dos trilhos. Vem um fato e nos joga para fora de nosso roteiro, as vezes de maneira violenta e avassaladora... tem momentos que não sobra nada da gente, ou muito pouco.
Tudo o que queremos é nos sentirmos amados e termos condições de vida com qualidade. Por isso fazemos tudo o que fazemos, trabalhamos, estudamos, nos arrumamos, lutamos... porque queremos segurança. A segurança da subjetividade através do amor, do afeto, e a segurança objetiva, que no nosso mundo, é dinheiro.
Aí quando encontramos alguém, traçamos um plano, e a gente começa a dar passos em direção a ele... o problema é que a paixão cega, e qualquer noção de não linearidade da vida fica tímida. Quando estamos amando alguém tudo o que queremos é sermos comuns. Queremos ser apenas mais um dos milhões que se casam, tem filhos e vivem felizes para sempre (risos)...
Contudo, não é isso que acontece... volta e meia a vida inverte tudo e nos dá uma bofetada... acaba que temos que passar por um processo doloroso, cujo centro da dor passa por abrir mão de sermos amados... por desacreditar nisso. O que é a maior violência de todas. Abrir mão do amor do outro que você acreditava ter... que te encorajava para a vida, que te fazia forte, como dói... e ainda ficar com o amor nosso pelo outro gritando dentro da gente... que coisa mais horrível que é isso.
Também é violência abrir mão de sonhos e projetos, cada detalhe da vida medíocre que a gente sonhou... como é difícil abrir mão do nosso lugar comum... da zona de conforto que achávamos que havia.
Nos resta encarar seguir em frente no labirinto da vida... numa condição realista de que somos, do ponto de vista humano, seres solitários na essência... buscando não ser.
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