quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Axiologias Invertidas



Letras embaralhadas,
Palavras trocadas,
Numa preferência duvidosa,
E quase sem razão.
Um pano de fundo,
Uma superfície superfície.
Uma linha, um labirinto,
Que faz eu não saber ao certo
O que é menos bonito.
Talvez axiologias invertidas
Sejam a única razão
E deixem tudo sem sentido.
Pois de repente o labirinto
É simplicidade,
E as linearidades ficam ausentes
da suavidade que deveriam ter.
Porque é a leveza, a bruma leve
A justificativa da existência
Daquilo que não vai fundo,
E que por isso, por não pretendendo ir,
Acaba por acontecer.
Contudo, a razão da profundidade,
é seu longo e difícil caminho a percorrer,
Por que ao ultrapassá-lo, ao exercitar-se
Em formação tão dificultosa,
Por tanto embate e não enxergar,
Treina-se os olhos e no fim
Aprendemos a ver tudo,
Aprendemos até a arte de simplificar.
Então estranho, estranho eu...
E vejo estranho,
E o labirinto,
Capaz de confundir os olhos,
Capaz de subverter a razão,
Sim, este o faz,
Mas não porque faz,
Subverte pelo não realizar de sua subversão,
Por não expor sua realidade complexa,
Não inviabilizando a simplicidade,
Tornando-se linha reta.
Quase trazendo solução.
Enquanto isso,
As linhas retas não respondem ao seu linear,
Não reconhecem o meu linear,
Deixam de ligar dois pontos,
Esquecem de serenar.
Enquanto isso,
Me pergunto se as axiologias
Estão mesmo invertidas,
Os se são estas no fim suas razões...
Enquanto isso,
Diante de tanto reinventar da vida,
Que não se cansa de mim todo dia,
Ando cansada e meio assim, perdida.

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