sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Baixa auto-estima...




Eis que eu estava entrando no elevador de um prédio comercial hoje, no qual fica o consultório do meu terapeuta e uma senhora chega na porta do elevador e diz:
-Para qual andar vocês vão?
Ninguém respondeu.Todos ficaram olhando meio sem saber o que falar. Aí ela pergunta:
-Posso ir junto? Vou para o 16° andar.
Uma cena sem muita importância. Mas quase surreal. A moral da história é que tem gente que tem a auto-estima tão baixa que pede licença para entrar no elevador. E confesso que isso me fez pensar. Há tempos venho pensando em algumas coisas que relacionam-se com este fato. Antigamente a opressão de classes era bem mais evidente, ou mesmo a opressão de gênero e a opressão racial (que na minha opinião, ambas estão ligadas, de certa maneira, com a opressão de classe). E aí, determinados espaços que eram reservados para algum tipo de elite, simplesmente tinham como regra, a proibição da entrada de pessoas que não cumprissem os critérios. Hoje, qualquer espaço público ou coletivo, não pode fazer distinção de pessoas... todos podem ter acesso. Mas ainda assim, há pessoas que não frequentam determinados espaços porque sentem que aqueles lugares "não são pra elas". Há pessoas humildes que nunca foram ao cinema, não por não gostar, mas porque acham que um shopping é um lugar que não podem entrar. Tem gente que nunca vai em determinado restaurante, mesmo tendo dinheiro para isso, porque se sente um ser inferior para frequentar aquele "requintado" lugar... e assim eu poderia dar muitos exemplos.
Mas o fato é que a auto-estima, o recurso interno das pessoas, é construído desde criança, e a opressão social, passou de algo explícito e abertamente vergonhoso, para uma forma muito sutil, todavia mais eficaz e subjetiva, influenciando no comportamento e na auto-estima de cada um.
Porém, se a falta de auto-estima das pessoas implicasse somente quanto aos lugares que elas entram ou deixam de entrar, não seria um problema assim tão grave. O ponto problemático é que esse sentimento de inferioridade se estende para as relações pessoais... o que, volta e meia, faz com que hajam relações desequilibradas, nas quais um se sente menos do que o outro e sabota a relação...
Mas o post já está grande e eu nem pretendia ir tão longe na reflexão... contudo, iniciei, e quem sabe outra hora, desenvolvo mais esta idéia...
Bjos e até mais.

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