terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Sobre Padrões Estéticos e coisas afins...

                   
                    Faz um tempinho que não faço as vezes da casa e dou as caras por aqui. Mas como estamos no início do ano, tempo de recomeços e resignificações resolvi voltar e exercer umas das minhas mais pretensiosas e prediletas atividades: escrever. Portanto, vamos ao tema (risos).
                 Desde alguns meses atrás quando mulheres no facebook começaram a postar fotografias chamadas "sem filtro e sem maquiagem" juntamente com os desafios para outras mulheres, tenho refletido sobre o tema beleza e estética e cheguei algumas conclusões um tanto intrigantes.
                      Quem me conhece sabe que nunca tive problemas de auto-estima e nem de má aceitação da minha imagem... muito ao contrário e não por acaso. Contudo, quando percebi este movimento de mulheres que precisam ser desafiadas para assumir sua própria imagem de maneira autêntica, fiquei um tanto incomodada. Porque um movimento feminino nunca é exclusivo deste gênero, é sempre um movimento geral do que as pessoas acreditam ser o padrão. 
               Portanto, se pensarmos na lógica de que aparecer de "cara lavada", é um evento, um acontecimento sem precedentes... significa então que diariamente as pessoas tentam sustentar uma imagem que não condiz exatamente com o que são. Além de eu achar isso tosco, hipócrita e falso, também considero muito triste.
                   Depois desse fato ocorrido nas redes sociais, pude observar que o cotidiano das pessoas tem sido assim... tenho amigas que caso esqueçam seus estojos de maquiagem numa viagem, são capazes de voltar pra buscar... mulheres que não admitem que alguém poste fotos delas de maneira espontânea sem prévio tratamento. Conheço pessoas que se endividam para garantir um guarda-roupas de acordo com um padrão de moda que sabe-se lá Deus quem criou. Conheço meninas que colocam cabelo falso porque não aceitam o seu próprio e sofrem com isso.
               É claro que não estou aqui a criticar cuidados consigo mesma, nem uma parcela equilibrada de sendo estético e vaidade... mas sim para questionar uma escravidão imposta às mulheres e pelas mulheres a si mesmas também. Pergunto onde foi parar nosso senso de leveza e felicidade. Questiono a qualidade de vida dessas meninas doentes para alcançar o pseudo-padrão de beleza. Pergunto onde está nossa admiração pela auto-imagem que carrega nossa própria história. 
              Honestamente não acredito em beleza sem autenticidade, nem creio que pessoas que não tem coragem de assumir sua própria imagem se sintam realmente belas. Porque, vão por mim garotas, o sentir-se bonita não está necessariamente ligado ao ser bonita frente aos padrões midiáticos. Tem muito mais a ver com a auto-estima e o quanto fomos amadas e encorajadas para vida desde criança por aqueles que deveriam ter feito isso. Somos o que somos, e beleza é conjunto infinito de elementos que um ser humano em sua plenitude pode demonstar... equilíbrio, alegria, inteligência, fé, imagem...entre tantos outros. E caso você leitor que não me conhece ache que isso é papo de gente feia... de antemão aviso... realmente não é o caso.
            Conheço pessoas lindas (no que tange aos padrões estéticos), homens e mulheres, mas que são infelizes, vazios e com auto-estimas quase inexistentes, possuindo atitudes de autos-sabotagem e auto-desvalorização constantes... gente que inicia seus relacionamentos com ansiedade e baseados em desamores ou mentiras.
                  E por último, eu diria que caso o desafio pudesse ser feito por mim, numa resignificação para o novo ano que começa, eu desafiaria as pessoas, e principalmente as mulheres, a se amarem mais  e assumirem uma postura mais autêntica e feliz... porque quem tem recurso interno de verdade, quem tem alma interessante e complexa, pode até se aproximar por um senso estético de atração, mas só permanece perto e junto de quem tem muito mais a oferecer.

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