Somos resultado de muitos elementos que nos compõe. Pessoas, fé, momentos, trabalho, estudo que adquirimos, casa, objetos, roupas, sentimentos, histórias... tudo isso constitui aquilo que somos, possui uma parcela de contribuição à construção de nossa personalidade e identidade.
Penso que quando nos afastamos de uma quantidade razoável destes elementos que nos descrevem, há muito mais dificuldade de enxergarmos a nós mesmos. Estou longe de quase tudo o que me representa concretamente. Longe de todas as pessoas que marcaram a minha história, longe da minha casa, dos meus objetos, da igreja que faço parte, e da parcela do Partido no qual tenho real inserção, da universidade que eu estudei e elaborei projetos e que vivi emoções indescritíveis, dos amigos e amigas de uma vida inteira. Nestes dois meses e meio de distância, muitas sensações já ecoaram dentro de mim. Já fui tomada por saudades imensuráveis, choros, solidão, crises de identidade... mas o fato é que aos poucos a gente vai se adaptando e percebendo que a nossa essência não está exatamente na concretude das coisas e pessoas. Está nelas sim... mas na parcela simbólica que fica mesmo dentro da gente, na memória, no coração. Não importa o quão distante estejamos daquilo ou daqueles que amamos, sempre estarão conosco.
Contudo, visitar Maringá e estar perto de quase tudo o que faz sentido para a minha alma, foi maravilhoso, esplêndido, revigorante. Cada pessoa da família, cada amigo de longa ou de curta data, cada pessoa com a qual posso abrir a alma... cada cheiro da minha casa e da minha cidade, cada rua que possui uma história, cada lugar, cada sensação que representa nada mais do que a mim mesma. Como foi bom.
Foi delicioso receber as notícias mais novas das pessoas (as que o facebook não nos conta) e saber que a vida segue em frente, e apesar da distância, percebi que assim como tudo isso faz parte de mim, faço parte de tudo aquilo que está lá, sou parte das pessoas também, da história delas e conforme elas caminham, levam consigo muito de mim.
E como a vida não pára, aqui também começo a construir uma história. Novas pessoas passam a fazer parte da minha rotina... aos poucos os lugares vão acumulando significados e ganhando novos sentidos. E a casa que moro, devagar vai se tornando também o meu lar. Mas lá, em Maringá... nunca jamais deixará de ser minha doce Pasárgada. O meu recanto, a minha zona do máximo conforto. E quando eu estiver bem cansada, triste, desanimada é para lá que eu irei recarregar minhas energias. Encontrar-me comigo mesma, explorar o melhor de mim.
Boa Tarde Amanda,
ResponderExcluirVi uma matéria sobre você no jornal O Diário, gostaria de poder fazer uma entrevista contigo para o programa Bom D+. Gravamos ás terças-feiras e gostaríamos de agendar um horário para amanhã a tarde. É possível?