Faz um tempo que tenho observado algo... várias pessoas que lêem meus textos longos não estão muito aí pro conteúdo... lêem, e ficam apenas com a sensação que passo... já vi de tudo. Gente que discutiu comigo em um determinado dia, aí venho, escrevo um texto ácido sobre determinado tema que não tem nada a ver com o assunto ou com a pessoa, e o cidadão acha que é devido a situação do dia... as vezes até tem relação, mas não direta... o que ocorre comigo, influencia meu humor, mas não necessariamente, estou escrevendo para a pessoa, ou para determinada situação... mas acho engraçado as interpretações.
Na verdade, sou assim também, quando leio um texto rapidamente, fico com uma sensação, e não com o conteúdo todo. Aí fiquei pensando o porque disso... acho que é culpa dessa tal pós-modernidade. A pós-modernidade, segundo quem estuda isso, é marcada pelas sensações rápidas, pela descontinuidade, pelas teses específicas, pela interpretação apressada. Não sou defensora de que a modernidade está esgotada... afinal, se eu acreditasse nisso, não era petista, defensora de grandes projetos nacionais, de construir para mudar o todo... acho e espero que teorias e lutas gerais ainda sejam pauta. Mas que em nosso comportamento a pós-modernidade é uma realidade, isso, é... Por exemplo, cada vez menos, as pessoas tem paciência e condição de interpretar poemas longos, bem elaborados... isso virou cult, coisa de quem mexe e gosta muito, mas no dia-a-dia, não acho que seja algo comum. Tanto é verdade, que em matéria de poemas, fui consultar as visitas ao blog, e descobri uma coisa engraçada... quando faço brincadeiras poéticas curtas, tipo tentativas de haicais, todo mundo lê... é curto, diz pouco, mas passa de forma suficiente a sensação. Acho que as pessoas procuram isso... tudo rápido, sensações que imediatamente contemplem e não exijam muita interpretação... tem suas vantagens e desvantagens... eu que tenho a alma velha desde criancinha, as vezes me incomodo com um mundo tão veloz e objetivo... mas tem um lado meu que gosta...
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