Há vários tipos de melancolia... acho que sofro, em maior ou menor grau, de todas elas. Mas a que pega mesmo, é aquela que dá em momentos síntese. Quando o dia acaba, todos vão embora, ou eu vou embora... e chega a hora de estar comigo mesma, nesta hora, não há nada que aplaque a minha solidão. As vezes gosto de estar só... as vezes preciso estar só... mas nem sempre. Sinto falta de alguém que talvez não exista... alguém que não seja parte dos meus processos, mas que consiga ouvir, se interessar pelo que acontece na minha vida e ajudar a elaborar e digerir tudo isso, com inteligência emocional, sem ficar apenas nas trivialidades de como foi o dia... e que ainda tenha sua própria vida, seja peça importante na transformação do seu próprio mundo, compartilhe comigo da mesma forma... e junto a isso, que tenhamos afinidades físicas.... que esteja disponível e more perto de mim... ah e o mais importante, que o Universo se mova para que o amor aconteça. Tenho a sensação que desejo algo absolutamente improvável... mas, como não quero nada pela metade... continuarei a procurar!!!
sexta-feira, 29 de julho de 2011
O milagre da vida
É incrível como as coisas acontecem para além das nossas ações... gosto do que eu faço, tanto na política, como nas aulas, quanto na pesquisa... mas quase nunca consigo cobrir tudo o que seria o ideal. Mas mesmo assim a vida segue, e no geral as coisas acontecem para o bem. Incrivelmente pessoas e mais pessoas se levantam, abraçam as causas comigo, e tudo vai fluindo e ficando mais fácil. Rolam tantas coisas boas que eu chego a ficar absurdada... acredito em Deus, e acredito que Ele está no controle, e que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que O amam. Mas sei que falho muito, inclusive e especialmente com Ele, mas mesmo assim as bênçãos vem... vejo milagres acontecendo o tempo todo, mas o maior deles é sem dúvida a própria vida... e sou grata por isso!!!
Dias Especiais
O dia começa, faz Sol lá fora e me sinto renovada... é linda a metáfora que compara o amanhecer com o recomeço. E de fato, cada dia uma chance nova de colocar as coisas no lugar, ou tirá-las... acho que tenho feito as duas coisas, organizando coisas que estavam soltas na minha vida, e desorganizando outras que estavam estagnadas demais. Preciso construir novos movimentos internos para recuperar algumas motivações importantes. Mas claro, algumas situações ajudam por si só. Este fim de semana me propõe boas motivações. Amo a cidade que irei visitar, tenho paixão pelos temas que serão trabalhados no evento que vou e as pessoas com as quais irei conviver estão bem acima da média... serão dias especiais acredito... e vamos seguindo em frente dormindo e acordando a cada noite e dia, terminando e recomeçando projetos a cada vez que for preciso...
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Verdades Precárias
Algumas verdades precárias,
Embasam minhas escolhas,
E sumariamente encaminho o que deve ser,
Mas, confesso, uma dor inevitável visita minha alma.
A vida não é só política!!!
Reunião do LEIP (Laboratório de Estudos do Império Português)... faz algum tempo que faço parte deste laboratório, e para quem não sabe, estudo a parte criminal das Ordenações manuelinas, lei vigente no Império durante o século XVI. Gosto do estudo, gosto do laboratório e gosto das pessoas que fazem parte dele... mas hoje é a minha apresentação, escolhemos um livro e cada um tem que fazer a apresentação de determinado capítulo. E ultimamente, minha freqüência está tão ligada na política, que não foi fácil preparar a apresentação, sentar, ler, analisar, fazer links com a realidade... e fora que o tempo passou numa velocidade absurda, quando olhei no relógio, tinha acabado de terminar minha apresentação, e já estava na hora de fazê-la... mas com todas as dificuldades, foi bom mudar por um dia a freqüência, lembrar que também tenho que continuar a minha vida acadêmica e não só viver e respirar política...
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Não há mais o que dizer
Eu, em uma alegria simples,
Num ânimo tranquilo e sereno,
Sem nenhuma tese à fazer.
Na ausência da motivação,
Conclui meu coração:
Não há mais o que dizer.
terça-feira, 26 de julho de 2011
Não se confunda!!!!
As pessoas vêem o que desejam, e não necessariamente lêem a realidade. Escrevo coisas que não tem nada relacionado com determinadas pessoas, faço poemas, posto músicas no facebook... tento ser discreta nas ações, sem deixar de expor o que sinto. Mas tem gente que não está entendendo, por isso resolvi ser clara... não é porque poderia combinar com você o texto, não é porque você quer se encaixar dentro dele, que isso é real. Poemas são genéricos, subjetivos, dúbios e metafóricos... de vez em quando há neles algumas sutilezas que dizem para a pessoa que o inspirou que é pra ela, mas no geral, caberiam em várias situações. Tanto isso é verdade, que quando você ouve uma música feita por uma pessoa que não tem nada a ver com você, essa música pode se encaixar certinho na sua situação, assim é o mundo da afetividade... quem nunca ouviu "Como é grande o meu amor por você" de Roberto Carlos e pensou em alguém... contudo, Roberto quando escreveu, não sabia do seu romance, estava falando dele mesmo e não da sua vidinha em qualquer lugar comum espalhado por aí. Portanto, tirando o texto em que cito você (a Kelly e a minha mãe, as únicas citadas até hoje), ou textos que você tem certeza que é pra você, porque tem algum dado específico, claro ou porque eu te mandei por e-mail... no mais, não se confunda!!!!
Luz de elevador
Detesto luz de elevador e espelho inconveniente... as vezes a gente está bem tranquilo, achando que está bonito... aí entra no elevador e dá de cara com uma imagem que não é aquela imagem idealizada que temos de nós mesmos... espelho de surpresa deveria ser proibido, pode acabar com a auto-estima de alguém durante um dia inteirinho... não pode ser assim. Porém, isso dá uma boa metáfora... espelho de surpresa com luz super clara de elevador, deixa a gente feio porque evidencia todos os nossos defeitos e nos pega de surpresa, porque temos a mania de achar o contrário. Assim é se relacionar. Enquanto estamos sozinhos temos muitas teorias que sabemos tudo, achamos que temos a fórmula perfeita e que somos super fáceis de lidar... e que assim que acharmos a pessoa que nos interessa, tiraremos de letra... aí começamos a nos relacionar com alguém, e logo percebemos que relacionamento é igual espelho de surpresa e luz de elevador, deixa evidente todos as nossas inabilidades, crises, defeitos... porque o outro é um espelho cruel, com luz muito clara que adora destruir as nossas ilusões... aí, a vontade que dá é que chegue logo o destino, o andar que a gente vai, pra sair correndo daquele cubículo cruel... coisas da vida e do coração.
Intuição confirmada
Intuição confirmada. As pessoas sofrem de auto-sabotagem num nível imensurável!!! Ainda bem, que sempre há um novo dia... Depois das madrugadas da vida, o dia amanhece, a dor se acalma, a alma se cala. O difícil é que cada vez cala-se mais... pois ao conviver com almas caladas, que já não ousam falar, e algumas nem ousam acordam, outras já nem podem mais existir... a minha se sente só, com a sensação de estar em meio a uma população de almas doentes. Mas é preciso seguir em frente... ter a certeza de quem se é... a coisa mais difícil de encontrar na vida é gente com capacidade de amar, de reinventar o todo para viver o sublime. Os personagens da vida vão ficando cada vez mais planos... e acho que eu vou ficando cada vez mais esférica... e a minha alma, apesar de abalada, indignada, momentaneamente calada... continuará sendo falante, alegre, intrigante, complexa, verdadeira e elegante. Quem quiser que fique para traz com a sua vida baseada na linearidade, achando que vive, sendo que apenas e male má existe.... esquecendo-se que o amor é o que há de melhor... e que venha comigo apenas quem puder ser um pouco mais.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Meu Eu Lírico
Lembrem-se ao ler o blog... não fui eu, foi o meu eu lírico!!! Inimputável.
Por isso, não discuto os posts. Lembre-se, você entrou aqui, porque você quis, leu meus textos até o fim por livre espontânea vontade... portanto assuma as conseqüências. E não queira penalizar ou julgar a mim... quem fez foi ele, o meu eu-lírico, que não pode receber pena... no máximo medida de segurança.
Há quem...
Há quem esteja no passado,
E não consiga entender,
Há quem possa construir o futuro,
Mas talvez não queira pertencer,
Há quem esteja no tempo presente,
Ou seja mesmo um presente...
Incognita, gentileza insolente...
Presença ausente,
E que desaparece quando o dia amanhecer!
E não consiga entender,
Há quem possa construir o futuro,
Mas talvez não queira pertencer,
Há quem esteja no tempo presente,
Ou seja mesmo um presente...
Incognita, gentileza insolente...
Presença ausente,
E que desaparece quando o dia amanhecer!
Alma Cinza
Estado de espírito meio estranho... Curitiba está frio, e tudo parece frio, truncado, meio que sem brilho. Tempo nublado e alma cinza!!!
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Saudade do colo da minha mãe!!!
Acho que estou meio sem inspiração para escrever hoje... estou meio carente. Acho que isso se dá, porque em meio a tantas jornadas, mesmo conversando com tanta gente, não consegui conversar direito, faz mais de quinze dias, com a minha mãe!! Tem carência de todo tipo, de amigos, de amor, de irmão, de pai... mas mãe é diferente. Com a mãe a gente não precisa ter assunto original, pode falar das mesmas coisas sempre, pode repetir as histórias, pode falar um monte de clichês, chorar, sorrir, por que o que está em jogo quando a gente fala com a mãe, não é o conteúdo do que está sendo dito, mas simplesmente o fato de estarmos ligadas. Minha mãe mora longe, então dá uma saudade.... adoro quando ela me manda as caixinhas cheia de coisinhas, mas não só pelas coisas que ela manda, que sei que cada uma delas é escolhida com muito amor, mas porque sempre que recebo, posso sentir a presença dela, o cheiro, sei que ela tocou em cada objeto, e tocá-los é quase uma forma de tocá-la também... mãe, estou com uma saudade imensa de você. E por isso, resolvi publicizar o quanto eu te amo... quero seu colo!!!!
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Cíclica ou Inconstante?
Tem coisas que são cíclicas. Entre elas, meus humores. Diferentes formatos, vão e vem, tendo relação com várias questões, tanto internas, como também, externas... caso queiram conferir, é só ler os seis meses de blog, e verão o quanto as coisas por aqui vão e vem... já fui muitas vezes acusada de ser inconstante, mas pensar assim, é para aqueles com uma inteligência emocional rasa ou inexistente.
Ser cíclica não é ser inconstante... inconstante é aquilo que muda sem rumo, sem direção, nunca se sabe como estará, pois não segue uma lógica. Já algo cíclico, tem lógica, segue um ciclo, muda, mas suas mudanças são possíveis de ser entendidas, estudadas, e até esperadas. Claro que ao completar um ciclo e começar outro, pode haver mudanças sim, nem toda primavera é igual, mas continuam, todas elas, sendo primaveras. Assim eu sou, porta bandeira de mim, não sou difícil de ler, como diz a música de Marisa Monte... tanto não sou difícil de ler, que escrevo, para que eu possa literalmente ser lida... quem não consegue compreender, ou é analfabeto funcional, ou analfabeto em feminino mesmo... e olha que por aí está cheio (dos dois tipos, e não sei o que é pior).
Mas enfim, pelos sintomas, acho que está passando a fase do ciclo meio pesada dos últimos dois dias... meu corpo reagiu bem ao descanso de hoje, e minha alma, se levantou junto, não pelo descanso, mas por motivos que seriam demais expor assim num blog... vamos ver como vai ser amanhã, mas acho que tendo a escrever posts felizes... mas se eu começar a rimar coração com emoção, podem voltar a se preocupar, fui pro outro extremo!!! Permito que me chamem a atenção.
Cansaço
Não estou em um dia bom... finalmente senti o cansaço na dimensão certa. Eu estava estranhando, como que em um dia e meio depois da minha volta da viagem eu estava tão disposta, correndo para todo lado. Claro, eu ainda estava a base de adrenalina. Até que ontem a noite, em reunião, senti um cansaço absoluto, e meu corpo então, me obrigou a parar... mandou uma febre, um mal estar daqueles que ou deita ou, se estiver de pé, cai. Deitei e parti para a minha tarefa de hoje, descansar para amanhã estar inteira pois tenho infinitas coisas para fazer.
Mas o que fica evidente nisso tudo, é que o corpo é muito frágil... temos a sensação de que não temos limites, que podemos tudo o tempo todo, e quase sempre planejamos nossa vida nesta perspectiva... que iremos aguentar o que vier... mas chega uma hora em que a gente cansa. Cansa de ter o controle, cansa de dar a linha do processo, não tem mais força para amar antes de ser amada, para desenhar aquilo que precisa ser feito, para tomar a iniciativa.
Meu corpo está debilitado, e acho que ele, sem intenção, acabou influenciando a minha alma, que nem teve tanto desgaste assim, mas reivindica descanso e paz... por que hoje está amuada, escondida, sem vontade, cansada... exausta. Acho que estou precisando da simplicidade de um colo sincero...
terça-feira, 19 de julho de 2011
Fazendo Parecer Menos: Dias...
Delicadeza,
Paradoxo intrigante,
Gentileza...
Simplicidade,
Diante de um mundo pequeno,
E tão grande,
Falante...
Ele, o mundo, o fundo,
Eu mesma...
Ou a saudade.
Mas o tempo,
Que outrora parou,
É grande,
É imenso...
Febril e intenso...
Ileso,
Mas o sim que desejo,
Veio só de passeio,
E o não que eu espero,
Esse, eu vejo.
E por enquanto me escondo,
Da minha vaidade,
Daquilo que quero,
Invejo,
E da verdade.
Teses psicóticas!!!
Os homens, no geral, andam em crise de identidade... com as mulheres assumindo papéis que historicamente não lhes cabiam, e que pertenciam exclusivamente ao masculino, os homens andam meio perdidos no mundo. Não conseguem visualizar mais a parte que lhes cabe neste latifúndio da ação no relacionamento... na minha opinião, se sentem tão inseguros diante das mulheres, que deixam de agir, achando que isso é uma forma de preservação. Claro que, guardadas algumas exceções, que só fazem confirmar a regra.
OK, tudo bem, essa é minha tese psicótica, que adora psicologizar tudo que acontece na vida. Tenho dificuldade de enxergar o mundo por um viés apenas concreto, para mim tudo tem um pano de fundo super complexo que precisa sempre ser analisado... e ainda, tento transformar as minhas impressões particulares em lógicas universais... Portanto, com relação aos homens, pode ser isso, uma tendência universal do masculino de se esconder e não demonstrar sentimentos ou ainda, podem ser apenas garotos que não estão afim de ficar com determinada menina em determinada situação e fogem!!! Essa mania de achar que tudo tem um porquê muito complexo ainda vai me deixar mais maluca do que já sou... ah, e provavelmente, sozinha, por que é difícil de suportar.
Enfim... é melhor procurar alguma reunião pra eu ir... porque em matéria de relacionamento não sou referência.
Boa Viagem...
Estou sem escrever faz uns bons dias... fiquei sem tempo, e com um acesso a internet bem limitado. Mas senti falta... tanta coisa aconteceu, que poderia ter escrito uns vinte post por dia, mas como não escrevi, perdi altas idéias boas, inclusive de poemas que me visitaram, e eu os deixei ir embora, negligenciando-os, como se isso fosse banal... mas quem pode resistir as paixões, no meu caso a maior das minhas em tempo integral (a política), ali, diante de mim, requerendo todo o meu tempo? Não pude, confesso que quase tudo ficou menor diante da minha avassaladora paixão... inclusive a minha paixão por escrever, eu até imaginava os textos, os poemas vinham, mas diante da possibilidade de participar de todos os espaços políticos que participei e em oposição a possibilidade de escrever, fiquei com a política. Mas depois da tempestade, vem a calmaria, e depois de cair no mundo, voltamos para aquilo que amamos, e cá estou, no meu singelo e amado blog para não perder o costume de expor a minha vida e falar as mesmas coisas de maneira diferente (ou não).
Fiquei treze dias fora de casa, visitei três capitais diferentes, e conheci no mínimo umas cem pessoas diversas, almas realmente interessantes, umas mais e outras menos, porém, lidar com pessoas é sempre um desafio. Um desafio para todo mundo, mas especialmente para mim... gosto de estar perto dos outros, contudo, tenho uma personalidade cheia de curvas e labirintos, o que no geral, me coloca "num infinito particular", que nem sempre estou disposta a convidar as pessoas à habitar... já quis mais gente passeando pelo meu jardim... mas de tanto convite que fiz e de tanta gente que pediu pra sair, ou porque se perdeu, teve medo, inveja, ou não curtiu mesmo, fiquei mais seletiva. Então, se eu não tomo cuidado, acabo curtindo demais a solidão e não deixando ninguém entrar... mas, nesta viagem, fiz avanços, procurei interagir o máximo que pude, conversar, curtir com as pessoas, e tive surpresas fantásticas... fiz uma boa viagem!!!
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Saudade e Fé
Hoje já faz mais de uma semana que estou fora de casa, com uma saudade imensa de tudo que posso lembrar que faz parte da minha vida lá, saudade que chega a doer... mas sem dúvida, estar fora de casa é sempre uma boa experiência, é uma forma de medir o nosso desprendimento e como lidamos com as mais diversas dificuldades, se somos ou não capazes de estar em paz mesmo em meio a tudo o que nos é estranho. Longe de casa, a gente se obriga a ser muito mais sociável do que somos normalmente, porque estamos distantes da família e dos amigos, aqueles que conhecem a nossa história. E em meio a tudo isso, para mim, há uma questão importante, fundamental, uma questão que me dá uma força sobre humana para buscar tranqüilidade, que é a minha fé... quando todas as condições são difíceis, inóspitas e até impossíveis de serem tratadas, me cabe confiar, confiar que Deus é soberano e que vai onde eu não posso ir, operando coisas maravilhosas e ocultas, das quais eu nada poderia fazer... a parte boa de estar em condições não muito fáceis, numa cidade estranha, com pessoas que até anti-ontem me eram estranhas, é justamente que fica bem mais evidente as mãos de Deus e o cuidado dela comigo pela sua imensa graça e misericórdia!!!
terça-feira, 12 de julho de 2011
Reequilíbrio
As mãos escrevem sobre um espaço que a irracionalidade domina,
As emoções demonstram o que os olhos míopes não enxergam,
Mas se um dia, me dividi entre ter meia alma ou uma alma e meia,
Hoje quero apenas, o equilíbrio da minha alma inteira...
Espero que os afetos, mesmo exagerados, compensem os exageros,
E que as paixões desajeitadas, sobreponham-se aos desajeitos,
E que eu possa nunca perder de vista aquilo que sou,
Para sempre me manter distante daquilo que não quero ser...
E que a essência do que mais amo sempre faça eco dentro de mim.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Brasília
Brasília é seco, bem frio de noite e muito calor de dia... clima de deserto. Isso do ponto de vista objetivo, é ruim, estranho e inóspito... Contudo, pelo viés subjetivo, Brasília é uma cidade encantadora... a começar pelo fato de ter sido projetada pelo lendário Oscar Niemeyer, algo, além de belo e intrigante, simbólico!!! E ainda, tem um "clima"especial por que aqui a política respira, lateja, pulsa, é efervescente, e para quem tem a política como um dos principais elementos no rol das paixões mais absolutas e avassaladoras, é bom demais... a vida noturna, pelo pouco que vivi, também é especial... samba bombando na casa das pessoas, e todo mundo vai chegando e se envolvendo naquele clima de cultura, política e boemia... fora as bandas e ícones da música que surgiram por aqui, Legião, Paralamas, Cazuza, só pra começar... e as pessoas, gente de todo Brasil que por diversos motivos caíram aqui, desenvolveram uma recepção fantástica, porque a galera está acostumada com o diferente... O que posso afirmar é que a estadia aqui tem sido, além de um aprendizado pelas pautas políticas que estou vendo e vivendo, algo positivamente interessante!!!
sábado, 9 de julho de 2011
As Redes
O mundo vai mudando mesmo. Antigamente, as reuniões eram muito mais chatas e a gente tinha que se concentrar com exclusividade nelas, sem olhar pro lado... hoje em dia, a gente até se concentra, mas tem umas diferenças, estou em reunião agora, e fico vendo todo mundo com seus computadores, meio na reunião, meio nas redes sociais... até porque a gente está tão viciado e acostumado, com facebook e twitter, que já vai no piloto automático... é como ir monitorando o que rola no mundo, enquanto se está aqui, reunidos num lugar meio distante. Através da internet, estamos conectados ao resto do mundo, ou pelo menos, ao resto do mundo do qual fazemos parte... a quem diga que isso é negativo, que as pessoas tem se relacionado menos pessoalmente, devido as redes sociais... discordo, acho que a internet só aproxima as pessoas, e ninguém deixa de fazer nada que fazia antes por causa de redes sociais virtuais... ao contrário, acho que tudo isso, apenas potencializa as relações humanas, complexibiliza, traz mais elementos... acho que neste aspecto, o mundo ficou melhor.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Tudo Vale a Pena... assim espero!!!
Escrevi vários posts hoje, mas não consegui postar nenhum na hora que escrevi, eu estava sem internet na minha saga pelos aeroportos afora... enquanto escrevo este post, estou no avião, no meu último voo de hoje, graças a Deus, porque não aguento mais isso... ir de um lado pro outro, descer e subir escada rolante... completou mais de 12 horas que fiquei em função de chegar em Brasília. Que horror, espero que a estadia lá valha a pena tanto desgaste, porque estou exausta, meus pés estão inchados, tá saindo espinha no meu rosto, olheira, estou sonhando com a minha cama, a minha casa, que aliás já estou há três dias longe, e vem aí mais dez... acho que escrevo pra preparar meu espírito pra ficar tanto tempo fora... mas é isso... vamos que vamos... porque como diria o poeta Fernando Pessoa “tudo vale a pena quando a alma não é pequena.”, Então sigamos em frente...
terça-feira, 5 de julho de 2011
Contente (mas não do verbo contentar)
Meu dia está super corrido... mas vício é foda, tanto que arranjei tempo pra passar pelo facebook e pelo blog... acho que se eu tiver que ficar sem, até consigo, mas vou sofrer crise de abstinência. E ainda, amanhã, vou estar praticamente o dia todo na estrada, então só vou conseguir entrar de noite, um sofrimento... não tenho muitas coisas interessantes pra dizer, nem um poema bonitinho pra postar. A única coisa, é o vício mesmo... mas também, dizer que apesar do volume de coisas e de estar assustada porque logo vai começar o processo de congressos da JPT Municipais e serão muitos, e só de pensar perco o sono... mas mesmo com isso, que dá medo, mas será um grande prazer dispor do meu tempo para fazer o que amo... estou contente... e diferente da minha amiga Kelly, que se refere a estar contente citando o verbo contentar (no sentido de que apenas contenta-se com a situação momentaneamente), estou contente mesmo, contente como sinônimo de alegria, paz, tranqüilidade... porque não importa o tanto de coisas que tenhamos pra fazer, não importa o tamanho do desafio, importa se eles nos motivam ou não... e os meus, em todos os âmbitos, me desafiam, e tenho certeza, que ao mergulhar neles, aprenderei muito, acrescentarei muito à minha vida... por isso, estou contente!!!!
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Poucas palavras
Minha vaidade,
Tá mal alimentada:
Contrariada...
Sensação estranha,
Um coração mimado:
Mal acostumado...
Ego gigante,
Meu olhar falante:
Calado!!!
Humanização....
Daqui a pouco vou sair pra dar aula. Dou aula de Organização e e Ética... uma experiência bem legal na qual estou aprendendo horrores e ainda podendo ensinar uma série de coisas que aprendi na prática política. Hoje, o tema da aula é Motivação... um tema que adoro, porque vivo refletindo sobre isso. Inclusive já escrevi post aqui no blog que falava deste assunto. Acho que na vida, quase tudo é uma questão de motivação... sou capaz de fazer coisas que as vezes duvido, desde que eu esteja motivada... o ser humano em geral é capaz de coisas fantásticas quando tem motivação. O interessante, é que eu, ao estudar este tema de forma científica, apenas confirmei minha teoria, de que quanto mais humanizados somos... quanto melhores as condições que vivemos, mais subjetivas são nossas necessidades e motivações. Isso é óbvio, sim... mas tem gente que não entende... acha, por exemplo, que alimentação não devia ser prioridade de Governo...tem uma turma que até hoje fala mal de programa social como Bolsa Família... achando que gente que não tem suas necessidades mais básicas saciadas como a de comer, consegue sair procurando emprego... só é possível ter motivação subjetiva, quando a necessidade mais objetiva é suprida... só é possível ser mais humanizado, quando o básico está suprido.
Visualizações do Blog... adorei!!!
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Autenticidade
Segunda-feira... esse é um dia simbólico. Marca o começo da semana... pra mim então, especialmente hoje, é um dia importante. Não tenho nada de muito diferente pra fazer, a tarde vou trabalhar com a política, a noite vou dar aula e de manhã, fui na terapia... tudo normal, quase uma rotina. Mas sabe o que é diferente? Eu... por dentro. Ultimamente tenho dito coisas, feito coisas que morria de medo, morro ainda. Sempre quis dominar todas as situações... sempre procuro, de uma forma ou de outra, ter o controle. E o fato é que nos últimos tempos, resolvi experimentar não ter. Resolvi que vou apenas sentir e não esconder isso... e o melhor, descobri hoje na terapia que isso é absolutamente saudável. A vida é tão ditada pelo super-ego... que manda a gente desde criança sempre controlar nossos impulsos... sempre parecer aquele que não sente, não se envolve... e acho que de maneira inconsciente, acabei internalizando isso... e procurando viver apenas relações "seguras", nas quais eu estivesse confortável... só me entregava quando tinha certeza que o outro tinha se entregado primeiro. Que horror!!! Não quero isso, quero viver leve, não quero ter o controle, porque na verdade não se pode ter... o máximo que pode acontecer é um não... e o não a gente sempre já tem, o lance, o desafio é ir em busca do sim... mas o fato é que não há o que perder. Não há o que perder porque o saldo é sempre positivo... não estou indo em busca de felicidade no outro, acho isso muito doentio... já sou feliz (guardadas as as devidas dimensões de altos e baixos), me sinto inteira... não estou procurando minha metade... apenas acho que existe alguém que realmente me interessa, e que pode ser bom, e por isso não vou fingir que não está acontecendo nada!!!
domingo, 3 de julho de 2011
Pós-modernidade
Faz um tempo que tenho observado algo... várias pessoas que lêem meus textos longos não estão muito aí pro conteúdo... lêem, e ficam apenas com a sensação que passo... já vi de tudo. Gente que discutiu comigo em um determinado dia, aí venho, escrevo um texto ácido sobre determinado tema que não tem nada a ver com o assunto ou com a pessoa, e o cidadão acha que é devido a situação do dia... as vezes até tem relação, mas não direta... o que ocorre comigo, influencia meu humor, mas não necessariamente, estou escrevendo para a pessoa, ou para determinada situação... mas acho engraçado as interpretações.
Na verdade, sou assim também, quando leio um texto rapidamente, fico com uma sensação, e não com o conteúdo todo. Aí fiquei pensando o porque disso... acho que é culpa dessa tal pós-modernidade. A pós-modernidade, segundo quem estuda isso, é marcada pelas sensações rápidas, pela descontinuidade, pelas teses específicas, pela interpretação apressada. Não sou defensora de que a modernidade está esgotada... afinal, se eu acreditasse nisso, não era petista, defensora de grandes projetos nacionais, de construir para mudar o todo... acho e espero que teorias e lutas gerais ainda sejam pauta. Mas que em nosso comportamento a pós-modernidade é uma realidade, isso, é... Por exemplo, cada vez menos, as pessoas tem paciência e condição de interpretar poemas longos, bem elaborados... isso virou cult, coisa de quem mexe e gosta muito, mas no dia-a-dia, não acho que seja algo comum. Tanto é verdade, que em matéria de poemas, fui consultar as visitas ao blog, e descobri uma coisa engraçada... quando faço brincadeiras poéticas curtas, tipo tentativas de haicais, todo mundo lê... é curto, diz pouco, mas passa de forma suficiente a sensação. Acho que as pessoas procuram isso... tudo rápido, sensações que imediatamente contemplem e não exijam muita interpretação... tem suas vantagens e desvantagens... eu que tenho a alma velha desde criancinha, as vezes me incomodo com um mundo tão veloz e objetivo... mas tem um lado meu que gosta...
Rir de si mesmo...
De vez em quando canso do que escrevo, falo, discurso, discuto... toda vez que começo me levar muito a sério, é hora de cansar. Acho que uma das coisas mais medíocres que alguém pode fazer é isso, se levar muito a sério... e volta e meia, cometo esse erro. Levando muito a sério a vida, as coisas que faço, as idéias que discuto. Eu, eu e eu... to cansada... precisando rir um pouco da minha seriedade, do meu politicamente correto e incorreto que quase sempre, ambos levo a sério. Hora de voltar, retomar o meu melhor estado, a capacidade de rir de mim mesma...
Preguiça
Desde criança ouço que depois que pára de chover em pleno inverno, faz frio... não sei se deu certo sempre, mas desta vez sim. Parou de chover e agora está um frio de doer os ossos... e eu, estou deitada no sofá com o computador na mão e a TV ligada, passando Matrix pela enésima vez... isso é, fazendo nada, só jogando conversa fora no blog, pra ver se no final sai alguma coisa razoável que eu possa publicar... uma preguiça sem precedentes!!!! Semana que vem vai ser loucura... pelo menos três viagens e no sábado eu precisava ser duas, porque tenho dois compromissos em cidades muito distantes, mas, claro, alguém vai no meu lugar em uma delas... tenho que dar aula duas noites na semana e ainda cumprir atividades caseiras e familiares, ir na terapia, terminar artigo... enfim, hoje é domingo e fico pensando em tudo o que tenho que fazer na semana que vem e só de pensar tenho preguiça. O certo seria eu levantar agora, e adiantar minhas atividades, começar preparar aula, por no papel tudo que tenho que fazer na semana, me organizar, para que amanhã, ao amanhecer o dia, eu possa só operar... mas não vou fazer isso. Detesto excesso de racionalidade, disciplina, auto-controle. Claro que só detesto porque são qualidades que não tenho, prefiro ir dando conta das coisas como se elas fossem uma livre apresentação de dança, na qual a gente vai inventando conforme a música toca, do que encarar a vida como um desfile militar, com tudo perfeitamente ensaiado... por isso, hoje me dou o direito à preguiça, assumindo conscientemente o ônus de ter uma semana ainda mais corrida!!!
sábado, 2 de julho de 2011
Jantares Inteligentes
por Luiz Felipe Pondé para Folha
Você já foi a um jantar inteligente? Jantares inteligentes são frequentados por psicanalistas, artistas plásticos, músicos, atores, jornalistas, publicitários (com a condição de falar mal da publicidade), médicos (esses porque, como é sempre chique ser médico, não se dispensa médicos nunca), produtores, "videomakers", antropólogos, sociólogos, historiadores, filósofos.
Administrador de empresa não pega bem (a menos que tenha um negócio sustentável). Engenheiros, coitados, só vão se forem casados com psicanalistas que traduzem pra eles esse mundo de gente inteligente. Advogados podem ir porque é sempre necessário um cínico inteligente em qualquer lugar. Pedagogas, só se casadas com esses advogados e por isso talvez consigam bancar amizades chiques assim.
Ricos são sempre bem-vindos apesar de gente inteligente fingir que não gosta de dinheiro. Pobre só se for na cozinha, mas são super bem tratados. Claro, tem que ter um amigo gay feliz.
Essa gente é descoladíssima. Seus filhos estudam em escolas de esquerda, claro, do tipo que discute o modelo cubano de economia a R$ 2 mil por mês.
Quando viajam ficam em lugares que reúne natureza "pura", tradição (apenas como "tempero do ambiente") e pouca gente (apesar de jurarem ser a favor da democracia para todos, só gostam de passar férias onde o "povo" não vai).
Detalhe: é essencial achar todo mundo "ridículo" porque isso faz você se sentir mais inteligente, claro.
Quanto à religião, católica nem pensar. Evangélicos, um horror. Espírita? Coisa de classe média baixa. Budista, cai muito bem. Judaica? Uma mãe judia deixa qualquer um chique de matar de inveja. Judaísmo não é religião, é grife.
Mas o que me encanta mesmo são as "atitudes" que se deve ter para se frequentar jantares inteligentes assim. Claro, não se aceita qualquer um num jantar no qual papo cabeça é o antepasto.
Quer saber a lista de preconceitos que pessoas inteligentes têm? Qualquer um desses "gestos" abaixo você pode ter, que pega bem com comida vietnamita ou peruana.
1) A Igreja Católica é um horror e o papa Bento 16 é atrasadíssimo. Claro que não vale ter lido de fato nada do que ele escreveu;
2) Matar Osama bin Laden sem julgamento foi um ato de violência porque terroristas são pessoas boazinhas que querem negociar a paz em meio a criancinhas;
3) Ter ciúmes é coisa de gente mal resolvida;
4) Se algum dia um gay lhe cantar e você se sentir mal com isso, você precisa rever seus conceitos porque gente inteligente nunca tem mal-estar com coisas assim;
5) Se seu filho for mal na escola, minta. Se alguém descobrir, ponha a culpa na professora, que é mal preparada pra lidar com crianças como seus filhos, que se preocupam com as baleias já aos 11 anos e discutem a África no Twitter;
6) Caso leve seus filhos à Disney, não conte a ninguém, pelo amor de Deus!;
7) Acima de tudo, abomine os Estados Unidos, ache Obama ótimo e vá à Nova York porque Nova York "não são os Estados Unidos";
8) Não seja muito simpático com ninguém porque gente simpática é gente carente e gente assim procura "eye contact" em festas. Um conselho: olhe sempre para um ponto no horizonte. Assim, se alguém falar com você, ela é que é carente;
9) Ache uma situação para dizer que você conhece uma cidadezinha no sul da Itália e lá ficou hospedado na casa de uma amiga brasileira casada com um italiano que defende o direito dos imigrantes africanos e odeia Silvio Berlusconi;
10) O ideal seria se você tivesse passaporte italiano também;
11) Se alguém falar pra você que não dá para pagar direitos sociais e médicos para imigrantes ilegais na Europa, considere essa pessoa um "reacionário de direita", mesmo que você não aceite sustentar alguém que não seja você mesmo e sua família (no caso da família nem sempre, claro);
12) No conflito israelo-palestino, não tenha dúvida, seja contra Israel, mesmo que morra de medo de ir lá e não tenha lido uma linha sequer sobre a história do conflito;
13) Se você se sentir mal com a legalização do aborto, minta;
14) Deixe transparecer que só os outros transam pouco;
15) Seja ateu, mas blasé.
Velhice
A velhice não é uma coisa bonita... é feia. Deve ser difícil envelhecer... é o contrário de crescer quando se é criança... na infância temos o desejo por ser grande, e ficamos à espera disso, ansiosos para viver o que naturalmente virá até nós... cheios de esperança, de expectativas de como será nossa vida, se seremos pessoas dignas de méritos. Já na velhice, é o contrário, há uma fragilidade, como na criança, mas que não é marcada por esperança, expectativa, perspectiva, é marcada pelo passado, pela saudade, pelo que foi... enquanto na infância, ainda que de forma intuitiva, sabemos que estamos em ascensão, na velhice, temos a certeza de que estamos em decadência. Me parece triste envelhecer... melancólico. Porém, já vi gente encarar a velhice de forma bonita, com sorriso no rosto, serenidade... como se estivesse contente. Provavelmente essas pessoas, que encaram bem a velhice, além de terem vivido uma vida da qual se orgulham, possivelmente, atingiram uma sabedoria que o tempo traz... e por mais que eu saiba que ela existe, porque podemos observá-la nos olhos das pessoas, ainda não almejo tê-la, mas espero encontrar este caminho ao longo da vida.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Silêncio
Como quase sempre falo (ou escrevo) mais do que deveria... eis aí, meu estado de espírito desta madrugada!!!
Sabotagem
Como sempre... não consigo esconder meu estado de espírito. Sou assim, não quero e não posso ser diferente. Quando algo habita em mim, logo se expande e se mostra... claro, que é preciso um pouco de sutileza e auto-preservação... geralmente quando preciso ser mais sutil do que gostaria, escrevo poemas, que na verdade são todos auto-biográficos, mas por ser poesia, permitem várias interpretações diferentes, então me sobra uma margem para negar algo que eu visualize necessário. Porém, o fato é que as minhas emoções, sentimentos, bons e ruins, sempre aparecem... porque como tudo em mim é muito intenso, não cabe dentro, tem que sair!!!
E confesso que preferiria hoje escrever um poema... mas os poemas tem vontades próprias, vem à mim quando querem, e não pela minha vontade, quando forço, deixam de ter valor artístico, por isso é melhor deixar que eles aconteçam e não forçar. Por isso, na lamentável ausência deles, vamos as teses no formato de crônica, como tantas vezes tenho feito.
O fato é que estou incomodada. Sentindo-me estranha, uma felicidade combinada com indignação... uma sensação de que há duas de mim, e que estão em guerra. A psicanálise diz que quando desejamos muito algo, e não temos a certeza que aquilo se realizará, geralmente o inconsciente vai lá e nos sabota... e porquê? Por que assim, vamos há um exemplo: Digamos que há muito tempo, fulano de tal desejava uma camisa nova branca, seu sonho momentâneo era esse... aí o fulano, guardou dinheiro por meses até que pode comprar sua camisa que tanto desejava... até que depois de comprar e finalmente ter a oportunidade perfeita de usá-la, eis que na primeira ocasião, o fulano derruba mostarda em seu objeto de desejo e mancha a camisa e nunca mais sai.
Isso significa, que o inconsciente, de certa forma, o estava protegendo... porque aquele desejo extremo por uma camisa estava desequilibrando a rotina do fulano, então, o inconsciente que sempre joga contra a gente, ao invés de criar recurso interno pra fazer o fulano se adaptar a nova realidade, foi lá e eliminou o problema, e fez com que ele manchasse a camisa, destruindo a possibilidade de realização do desejo.
O que isso ter a ver comigo? Tudo... me sinto assim, desejando muito... eu que me considero uma mulher rara, que combina como ninguém inteligência, beleza, charme, carisma, presença entre tantas outras coisas (e humildade também, como vocês podem perceber)... me sinto uma adolescente, uma menina insegura, com medo de meu desejo dar errado ou dar certo... com medo de eu acabar sabotando inconscientemente uma coisa que promete ser boa.
É tudo sempre muito delicado nesse jogo dos relacionamentos, o fato é que não é simples perceber a linha tênue daquilo que podemos expor ou não... as vezes parece que ganha aquele que se mostrar menos, aquele que parece que gosta menos... e na boa, tenho certeza que se isso realmente for um jogo, vou perder, porque exposição, como disse antes, é inerente a mim, me compõe... então certeza que vou me ferrar. Por que vou mostrar sempre mais do que manda o figurino, vou declarar sempre aquilo que sinto, vou me entregar sempre mais do que deveria, vou acreditar mais do que todo mundo acredita.
Qual é a vantagem? A vantagem que posso ter a sorte de alguém que me interesse notar isso como uma qualidade... na verdade, egocêntrica que sou, alguém só me manterá interessada, se essa característica lhe for interessante, se gostar desse meu jeito sincero como não se pode ser... desses meus erros assim tão vulgares.
É fato que posso até me mostrar mais do que devo, gostar primeiro, mas não suporto falta de reciprocidade, me apaixono pelo outro, mas tenho uma sensibilidade aguçada e bem treinada pra saber onde piso... me apaixono pelas qualidades do outro, mas apaixono também pela capacidade alheia de demonstrar afeto. Não curto gente traumatizada no básico... com incapacidade muito básica do ponto de vista subjetivo, gosto e procuro me relacionar com gente que tenha o mínimo de capacidade de troca e que não tenha uma intenção de transformar relacionamento em mercado de consumo... parece que hoje meu desejo andou acertando, mas confesso que estou com um medo imenso e citando Chico Buarque, tenho a sensação de "estar doente de uma folia"... mas escrevo, verbalizo, para justamente driblar meu inconsciente e não me sabotar (se é que não acabei de fazer isso neste post), e claro, pra colocar pra fora aquilo que não cabe mais em mim...
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