quarta-feira, 8 de junho de 2011

Vingança

















Estou sempre numa alegria ou num sofrimento profundo... ou mergulhada em algum outro sentimento absolutamente intenso, paixão, adrenalina, empolgação, depressão e por aí vai. É fato que as vezes sou tomada por vontades vingativas, de causar no outro o sofrimento que me causou. Volta e meia fico elaborando horas a vingança e claro, no fim, quando a minha dor passa, desisto. Porém, em alguns momentos ao causar o sofrimento alheio, quem causa já paga o preço. Não é simples magoar alguém, muitos sentimentos acompanham isso, o sentimento de culpa geralmente é o primeiro, mas há outros... o sentimento de impotência, de incompetência, de fraude... e isso faz mal pra quem causa o sofrimento. Geralmente, aquele que é capaz de magoar o outro está muito mais doente do que o ser magoado...quem bate, bate porque lhe falta os pés na realidade, falta-lhe a noção real do que é importante na vida...quem apanha, simplesmente apanha, e quando recupera-se, recuperado está, no máximo leva consigo alguns medos na próxima vez. Em síntese, o que quero dizer com isso é que não me vingo, mesmo tendo esta vontade, porque a vingança já está feita... quem me magoa é mais doente que eu, quem me machuca está condenado a uma vida fora do real, a uma vida medíocre, portanto, a vingança já está feita. Ilustra bem a minha mágoa a música do Vinícius de Moraes que segue:

Eu caio de bossa
Eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa
Xingando em nagô
Você que ouve e não fala
Você que olha e não vê
Eu vou lhe dar uma pala
Você vai ter que aprender
A tonga da mironga do kabuletê
Eu caio de bossa
Eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa
Xingando em nagô
Você que lê e não sabe
Você que reza e não crê
Você que entra e não cabe
Você vai ter que viver
Na tonga da mironga do kabuletê
Você que fuma e não traga
E que não paga pra ver
Vou lhe rogar uma praga
Eu vou é mandar você
Pra tonga da mironga do kabuletê...

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