Os arbítrios e o rigor eram de todo inúteis!!! Pois diante dele, com rosto inerte, me surgiam novamente as mais extravagantes fantasias. Mas antes, apenas um instante prévio ao encontro, algo combatia em meu coração... num abrasado deserto, diante de uma medrosa solidão, os exercícios de severidade se faziam presentes, criando um exíguo labirinto, no qual por aquela hora, não podia enxergar a sublimidade de sua alma. Rigor que fracassou e tornou a fracassar... pois não havia em mim peso capaz de competir com a leveza do colorido de seus olhos. A vida por um bom tempo tinha sido um encontrar tristonho de poços de pouca profundidade ou cobertos por uma indisponibilidade também triste... isso antes, de perder-me nos novos delírios apresentados por ele. Ele penetrara... nos meus propósitos, contagiando-me por uma inquietude... Mas minha ansiedade multiplicava as redes de pedra do mundo lá fora, gerando um quase remorso aqui dentro, que ia e vinha, vento a vento. A nossa volta, os jogos de impressão brevíssima em vão tentavam esgotar nossos passos descompromissados mas de mãos dadas. Pois para a contrariedade expressa nos moralismos... o que vivíamos, se não fosse ela propriamente dita, era ao menos algo muito parecido com a felicidade. E de volta as minhas fantasias extravagantes... estas dialogavam numa linguagem que ignorava os substantivos e convocava deliciosa e desesperadamente os verbos mais pessoais possíveis. E nas noites e manhãs frias da metrópole, fez-se o fogo. E facilmente, aceitávamos aquela realidade paralela, talvez por intuirmos que nada era real e tudo poderia ser atraído em virtude do nosso ímpeto e desejo. Julgando vã qualquer obra já feita, criávamos nosso cosmos particular, em meio ao caos... é claro... Um desenho invisível a coroar a vida ou inaugurar uma forma secreta de viver.
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