sábado, 22 de janeiro de 2011

Madrugadas...

Ah que se ter cautela com as noites...
Os dias são quase óbvios...
Pois as solidões, à luz do Sol, se diluem...
Os ânimos se expressam como desejamos que eles pareçam...
As companhias naturalmente se dão...
Mas, ah que se ter cautela com as noites...
Na escuridão, os equilibrios relativos se abalam...
Tristezas e alegrias suspeitas
Fazem-se presentes repentinamente...
Ah que se ter cautela e cuidado...
Para viver...durante as madrugadas...
É à noite que acabamos por enfrentar a nós mesmos...
Pois, quase sempre...
Somos nós o maior suspeito que se revela nas horas sombrias...
É somente a noite que os estados em que nos encontramos
Tornam-se inevitáveis...
Aquele que não quer estar só...
Sente que já é tarde para estar em companhia,
Aquele que quer somente a si mesmo... já não pode,
No silêncio e perigo da madrugada, apartar-se do outro...
É no escuro que descobrimos segredos...
Que enfrentamos as nossas almas dizendo coisas estranhas,
Que nos surpreendemos com os nossos desejos...
É a noite que enxergamos os sonhos...
E os sonhos são falas da alma...
Os pesadelos, são açoites...
As insonias rancores...
Ah que se ter cautela com as noites...

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