Essa minha mudança para São Paulo fez com que se quebrassem várias ilusões que eu tinha a respeito de mim. Sempre achei que eu fosse uma pessoal comunicativa.... descobri que não. Comunicar-se bem é diferente de ser comunicativo. Falo bem em público, no geral... me comunico bem com as pessoas em conversas... mas não sou comunicativa, expansiva... ao contrário, acho que sou bem autista, evito falar quando estou longe dos que amo e confio.
Em Maringá, eu parecia comunicativa, mas acho que tinha a ver com o fato de eu transitar por lugares e pessoas que me conheciam há muito tempo... então eu sempre estava a vontade para falar livremente.
Uma outra ilusão era a de que tenho facilidade para fazer amigos. Uma mentira completa. Tenho dificuldades e preguiça de sair fazendo amizades. Em Maringá, morei durante 16 anos e obviamente, neste tempo fiz bons amigos... convivi profundamente com uma quantidade razoável de pessoas... isso me fez acreditar que eu tinha facilidade. Não é verdade... em três meses e meio em Sampa... meu círculo de pessoas é muito restrito... os mais frequentes são os meus dois companheiros diretos de trabalho, minha professora de inglês e a minha amiga Debora que morei com ela durante dois meses e tem sido muito preciosa para mim.
Convivo diretamente com apenas quatro pessoas aqui em São Paulo. Claro que esporadicamente, me encontro com outras também, outras pessoas legais no trabalho, na igreja que vou de vez em quando, nos salões de beleza que frequento. Mas de forma constante, são só quatro. Isso se dá por timidez e preguiça. As vezes estou na acadêmia e alguém puxa conversa comigo, respondo com monossílabos para acabar logo com aquilo... tenho uma sensação, talvez equivocada, de que é meio deselegante tentar fazer amigos na academia.
E também acontece que mantenho fortes vínculos com pessoas que não moram em São Paulo, que falo quase diariamente, as vezes durante horas ao telefone. Primeiro, o meu namorado que mora na Bahia e nos vemos de 15 em 15 dias, depois o meu pai, que a cada dois dias falamos por mais de duas horas ao telefone... depois tem o Emar e o Wil... e ainda, meus irmãos e tantas outras pessoas que fazem parte da minha história que volta e meia me comunico ao telefone ou no facebook, a Sara, a Rafa, a Kelly, a Paty,o Osafá, o Leo, a Miriam...
Não sou de fazer amizades facilmente, mas as que já fiz são bastante confortáveis e suficientes para mim. Inclusive, as vezes penso, que já fiz a imensa maioria dos amigos que vou ter a vida inteira... já que os verdadeiros são sempre poucos. E depois, mesmo que isso me incomodasse, esse lance de não ter facilidades para fazer amizade, não se muda uma característica dessas depois de adulto... a gente é o que é... e eu pelo visto sou meio anti-social mesmo. Sou involuntariamente seletiva para esse lance de amizade. Mas acho que por um lado isso é bom... não banaliza... me mostra como é valioso esse encontro de alma chamado amizade.
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