Ele não sabia exatamente se aquilo que estava dentro dele era vazio ou excesso. Não entendia seus próprios labirintos. Por mais que ensaiasse, treinasse seu olhar para dentro de si mesmo, desta vez não entendia. Parecia que havia chegado em um momento que poderia sair somente se houvesse explosão. Sua sensação é que não haveria qualquer saída. Não haveria subterfúgios... seus recursos, suas mentiras para si mesmo haviam chegado ao fim. Ao permitir por um momento de coragem encontrar-se com espelho que estava no fim do túnel... criara um caminho sem volta. Não haveria mudança sem trauma. Teria que haver mudança... sabia que tudo seria diferente... ao trazer suas angústias e misérias para o plano consciente, ao compreender um pouco daquilo que era, já não poderia voltar a ser. Então onde estava ele? Quem era...? Já não podia voltar aos seus clássicos esconderijos... mas não havia força, coragem para explodir a bomba... o que lhe restava? Havia abandonado o ser que há tanto tempo construíra, sua personalidade baseada em tantos sofismas. Desconstruíra sua identidade, rejeitava as bases que há tanto tempo lhe dera condições de existência, mas não de vida... mas aquilo que apontava para o novo era lúdico, inseguro, abstrato, também explosivo... não podia abandonar suas mentiras em prol de uma realidade sonhada que não existia de fato. Mas o que tinha a abandonar eram mentiras, seria mentira o que haveria depois do muro também? Escuro, tudo estava escuro, a vida estava escura... no fim do caminho um espelho, que refletia excesso do que não queria, vazio do que desejava. Refletia o que era não sendo, onde poderia chegar, mas sem a coragem de ir. Havia medo... medo que a explosão de seu falso muro, matasse suas mentiras, mas com elas causasse a morte dele mesmo... será que ele era apenas suas bases ausentes de veracidade... ou aquilo que parecia apenas sonho tinha algo de concreto dentro dele? Pensava em seus sonhos, desejos, flertes com a semelhança do que imaginava ser a concretude de si mesmo caso tivesse feito outras escolhas... ao mesmo tempo que se via ali, não via nada... não era ele, era outra pessoa, era outro tempo... será que ainda havia tempo? Só saberia se explodisse o muro... se ficasse morreria, seu espírito morreria, não havia para onde voltar dentro de si mesmo... mas e se morresse com a explosão? Ele tinha meia chance... morte certa em seu labirinto, um espírito morto por inanição... ou talvez a morte com a explosão... Talvez. Talvez não.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Ansiedade
Detesto me sentir normal. Ser invadida por sentimentos da vida comum. Mas as vezes é inevitável. Hoje acordei com uma ansiedade crônica... daquelas que quase todo mundo parece que tem. Uma verdadeira invasão de um sentimento que quase me joga para auto-sabotagem. Uma vontade de fazer as coisas aconteceram fora do tempo real... não costumo ser ansiosa. No geral sou uma pessoa calma, em paz, viciada em séries americanas (só as boas) que adora ficar em casa... a política é uma das únicas coisas que me enche de adrenalina e traz uma motivação de outro mundo para realizar coisas, para sair da minha zona de conforto. A política é minha motivação mais perene... outras coisas também costumam me acelerar, mas nunca aceleraram por tanto tempo e com tanta satisfação igual a bendita. Mas adrenalina e aceleração é diferente de ansiedade, estar acelerado é ter energia e velocidade para realizar, disposição para construir as coisas... ansiedade é querer que as coisas que não dependem da gente aconteçam num tempo recorde e do jeito que a gente quer... é uma comoção aflitiva do espírito que receia que uma coisa suceda ou não...é um sentimento que nos tira a paz, embaça os olhos para a realidade. E me sinto meio assim. Ansiosa com não sei o quê. Incomodada com o que há de vir. Dizem algumas pessoas que um dos grandes problemas desta geração é justamente ela, a ansiedade. Hoje me pegou... sorte que tenho um monte de válvulas de escape, o blog é um deles, pois tenho certeza que depois de terminar este post, vou me sentir mais leve... e amanhã tenho terapia ( a maior de todas a válvulas). E pretendo deixar no divã (ou no sofá - meu terapeuta não tem um divã) esses males.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
O que é a paixão?
O que é a paixão? Será um encontro de almas que já se procuravam antes mesmo de se conhecerem, que quando se vêem sentem-se completamente contempladas? Ou será um conjunto de idealizações que colocam o outro em um pedestal, construído por nossa imaginação, para suprirmos nossas carências e buracos egóicos? Talvez as duas coisas... apesar de serem conceitos contraditórios. Independente do que seja a verdade, a razão específica da paixão... o fato é que é algo fantástico que nos tira da rotina por sua simples existência. Quando estamos apaixonados o fato de pensarmos no outro nos transporta para um universo de delícias... rememorar as cenas que trazem a imagem do ser desejado é algo que nos alimenta, nos enche de motivação e suspiros... faz com que tudo tenha uma cor especial.
Portanto, seja idealização ou mística... seja uma contemplação do ego ou uma visita dos deuses... não importa. Importa a paixão, a sensação maravilhosa que é gostar de alguém de uma maneira especial, avassaladora... importa ter o pensamento e o coração cheio de coisas lindas.
Vaidades Invertidas
Tem muita vaidade embutida em quase tudo o que a gente faz. Acho que até o altruísmo mais elevado carrega em si muita vaidade... a vaidade de ser bom ou a vaidade de não ter vaidade. Eu particularmente não considero esse um sentimento inferior. Só acho que, como tudo o que é bom nesta vida, é necessário ter elaboração... detesto egocentrismo ingênuo. Gente que se vende por qualquer elogio ou conta espontaneamente vantagem sobre si mesmo o tempo todo... gosto de vaidades sutis. Vaidades elaboradas são mais tragáveis. Lapidar sentimentos primitivos é importante... todos nós gostaríamos de ser o centro do universo. E para nós mesmos, somos. Contudo perceber, racionalizar que existe um mundo que não passa necessariamente por nós, é fundamental. O problema é que acho que há pessoas que não saem da infância no que diz respeito a elaboração do próprio ego. E que a vaidade que os motiva é primária. Contudo essa vaidade primária de querer elogio, ainda não é o pior tipo. Tem vaidade que é nociva mesmo, que destrói as pessoas por dentro.
Meu terapeuta diz que depressão não é baixa auto-estima... e sim pura vaidade... a pessoa instaura uma crise por ter dó de si mesma... por perceber que não é o centro do universo... depressão é pura vaidade não contemplada, ferida. "Não sou admirado, amado constantemente... eu uma pessoa tão fantástica, não tenho o reconhecimento merecido por aqueles que estão em volta de mim...". Vaidade pobre, infantil e perigosa porque faz mal... triste de ver em adultos. Outro tipo de vaidade terrivel é a culpa quanto à ações alheias. Trazemos para dentro de nós responsabilidades que não são nossas, vamos assumindo o fracasso quanto a coisas que nós não éramos pauta... depressão e culpa são tipos invertidos de vaidade, que acabam com a paz das pessoas. Difícil de se livrar dessas coisas... mas refletir é preciso. Há um termo que acho fantástico que são "as crenças irracionais". Temos milhões de questões que acreditamos intuitivamente, nunca paramos para refletir, para racionalizar... assumimos culpas que não são nossas porque não refletimos sobre elas, simplesmente elas entram em nós... temos dó de nos mesmos simplesmente por não pensarmos sobre o que realmente acontece para além do senso comum... somos vítima e pronto. Vaidade do pior tipo... as vezes tenho, por acidente, mas não gosto.
sábado, 28 de janeiro de 2012
Ensinamentos da amizade
Queria escrever um poema... mas ando crítica demais a mim... e tenho duvidado brutalmente do meu talento (se você também duvida - não precisa me dizer). Por isso, diante de uma necessidade de colocar para fora quase todos os dias o que penso e sinto... cá estou, novamente jogando conversa fora. Novos sentimentos e pensamentos visitam meu coração e minha mente. Tive nos últimos dias grandes reencontros... um que vou guardar para mim e tentar expressar em poemas, como já tenho feito (mesmo duvidando do valor artístico), para tentar ser discreta... e outros tantos também muito especiais. Esta semana, encontrei três das minhas melhores amigas... e com cada uma delas pude viver e reviver coisas especiais. Uma delas a amizade andava um pouco desgastada... devido a problemas pequenos. Tão pequenos que um curto tempo foi o suficiente para que as coisas importantes viessem à tona. O que me deixou imensamente feliz... gosto de dialogar e muito... mas discutir relação não é meu forte... então fiquei radiante ao ver que não fora preciso... ambas elaboramos e digerimos os incômodos e seguimos em frente com a amizade linda que temos... adoro resoluções tácitas... não registradas, foi o que ocorreu, acho que ficou absolutamente claro o que é relevante em tudo isso. O segundo encontro foi com uma amiga de muito tempo... a amiga que marcou minha vida especialmente na adolescência. Num tempo que o juízo que tínhamos era nenhum... e que certeza que sobrevivemos por muito mais sorte do que pelo referido juízo inexistente. Relembramos as histórias, revivemos muitas coisas que fazem parte de nossa identidade... e o melhor, percebemos que não paramos no tempo, que muitos dos sonhos que tínhamos já foram ou estão sendo realizados, outros foram melhor elaborados, modificados, amadurecidos e a vida seguiu... mas mesmo assim, nada, nem tempo, nem distância foram elementos que nos transformaram em desconhecidas, ao contrário, a intimidade é a mesma. Contudo, acho que nossas conversas estão mais elaboradas. A terceira, também amiga de uma vida inteira e principalmente no período de faculdade, foi muito legal... minha alma pode se sentir em casa... conversas que vão desde o nosso crescimento profissional, sentimentos, até as maiores e deliciosas futilidades referentes a cor do esmalte nas unhas. Como é bom conviver com aqueles que amamos e que suas memórias registram parte do que somos. Essas três amigas Kelly, Patrycia e Sara revelam muito de mim. Somos completamente diferentes, com profissões, gostos, visões de mundo diversas... mas o melhor de tudo é experimentar que a amizade é um tipo de amor fantástico que não transforma coisas boas em coisas pesadas, que não julga, que supera problemas a partir de elementos verdadeiros, de silêncios falantes, que coloca na balança o que é fundamental... que não cobra. Acho lindo. E acho mais... penso que o amor apaixonado, o amor entre casais tem muito, ou tudo, o que aprender com a amizade, essa leveza, essa ausência de sentimento de posse. Esse encontro feliz em si mesmo, que não sabe exatamente quando ocorrerá de novo, mas tem a certeza que acontecerá... porque é simplesmente bom.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Vampiro de Recurso interno
Sempre digo que as pessoas acreditam no que querem... são capazes dos mais altos delírios sobre si mesmas e sobre os outros. Ando investigando um conceito da psicologia... a transferência. Observo o quanto se faz isso na vida... transferir culpas aos outros é uma das maiores especialidades da vivência humana oriunda do senso comum. Na média geral, homens e mulheres quase nunca enxergam a si mesmos como autores de ações que lhes causam dor... então inventam, deliram, fazem links irracionais. Transformam fatos isolados em evidências para comprovarem as entranhas de suas imaginações. Acho curioso.
E já que adoro dissertar com exemplos relacionais, eis uma das maiores causas do delírio: o ciúme. O ser humano inseguro em medidas patológicas não é capaz de perceber seus fantasmas, os seus próprios buracos... age como se seu vazio fosse a ausência do outro. Transfere suas dores, suas inseguranças, suas pobrezas de espírito para ser mais exata, para ações desconectadas. Assim, começa a procurar evidências irracionais que comprove a culpa alheia instituída por seu delírio.
Gente vazia, ou com o copo pela metade, não enxerga a si mesmo... não entende que não há completude assaltando a alma alheia... é artificial... o mundo está cheio de vampiros de recurso interno. E esses vampiros além de tentarem ou conseguirem roubar as energias e experiências dos outros... ainda são delirantes. Roubam subjetividade e incriminam seu objeto de desejo... grave, muito grave... nesses casos... para ironizar... acho que nem terapia, levada muito a sério com profissional competente, dá jeito. Desejo apenas uma coisa... a distância! ***
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
"Diga ao povo que marche"
Tão difícil ter recurso interno para sermos o que gostaríamos de ser. Somos aquém... pelo menos no geral. Vejo cada coisa por aí, vejo cada coisa dentro de mim. São tantas angústias, carências, medos. Tenho feito, desde anti-ontem, quando cheguei em Maringá, uma peregrinação de visitas as pessoas mais importantes na minha vida... e o que mais ouvi neste tempo foram angústias... não acho que vivo num meio diferente de qualquer outro... acho que as pessoas são assim... mergulhadas em angústias no geral, e cheias de personagens para poderem dar conta da vida. Já não sou tão arrogante, como acho que já fui, de tentar resolver as angústias alheias... então ouço, que é o melhor que posso fazer... e quanto as minhas angústias... neste momento estão dando trégua... certeza que estão aqui dentro, e quando essas se forem, haverá outras e depois outras. Sucessos e derrotas são causas de angústias. Tudo é motivo para o ser humano amargurar... o número de pessoas que se suicidam porque não tem nada é menor do que o número de pessoas que se suicidam porque tem tudo (uma pesquisa que vi por aí)... então o que fazer? Há sempre um conjunto de recomendações clássicas que pessoas que se acham costumam dizer... tipo... fazer terapia, ioga, exercício físico, ter uma vida saudável, atividades que relaxem, ter planos e objetivos bem traçados... e blá blá blá. Mas o fato é que não há receitas... e quando começam as angústias é sempre um processo difícil. Mas fico com uma passagem da bíblia, velho testamento... quando os hebreus estavam peregrinando no deserto e o povo começou a se angustiar porque não chegava nunca e o líder Moisés não sabia mais o que fazer, foi consultar a Deus... e Ele (talvez cansado de tanta confusão) disse: " diga ao povo que marche!!!"... acho que é uma versão legal da máxima de que é preciso seguir em frente.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Antes dos Escafandristas
Algo que não sei ao certo me fora tocado.
Alma, coração, corpo, pensamento.
Não sei direito.
Não sei se foi por fora ou por dentro.
Talvez a palavra, ou então o silêncio.
Pode ser pelo passado, pode ser pelo futuro,
Idéias quiméricas ou pesos decorridos.
Similaridades, referências....
Aos antigos amores exaltados,
Aos novos amores extintos.
Ou ainda estar ali no escuro...
Ou aquele Sol firme, seguro.
Não sei se foram dentro de mim as chamas,
Não sei se é porque como o poeta ele se chama.
Talvez pelo amor sublime que fizemos,
Ou pelos momentos de hilaridade na cama.
Pergunto-me se foi a música, o romantismo.
Pode ter sido a simetria, a diferença,
A proximidade, a ironia,
A similaridade invertida da crença.
Talvez porque eu o fiz se sentir vivo.
Ou se porque ele, com uma atitude,
Num instante, me fez de novo vibrante.
Talvez tudo isso. Talvez nada disso.
Um conjunto de elementos?
Haverá realmente algum argumento?
Não sei.
Sei apenas que contrariando todas as pistas,
Até agora, ele chegou antes...
Antes dos escafandristas.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Amanhã...
Amanhã, juro que escrevo... dou aqui um relatório discreto e poético dos últimos dias... sem nenhuma informação relevante para alguém além de mim mesma. Hoje, quero só curtir as últimas horas dessa ternura que transborda.
sábado, 21 de janeiro de 2012
Só para registrar
Acho que o silêncio e a preguiça de escrever dominou geral os blogs que costumo visitar. Faz uns dias que ninguém posta nada. No meu caso o silêncio é pura satisfasção, tranquiliidade, doçura, suavidade... uns dias de paraíso. Pensar na realidade e nos temas não muito agradáveis só na volta. Passei por aqui só mesmo pelo vício de dar notícias pela metade, ou nem isso, de mim mesma... só para registrar nestes autos bloguianos que não quero dizer nada... elaborar nada... porque, parodiando e parafraseando outros, "escrever é preciso, viver não é preciso".
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Fazendo Parecer Menos Dias II
Para o que não
Requer preparo.
Uma saudade
Da delicadeza,
Da delicadeza,
Suavidade,
Daquele ensaio:
Tão raro, tão caro.
Que outrora em suspenso,
Deixava sempre
Os meus olhos tensos,
Guardando um sentimento:
Pequeno,
As vezes febril,
Imenso...
As vezes febril,
Imenso...
Que aguarda ansioso,
Intenso,
O amanhã acontecer.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Expectativas leais
Tudo de volta ao normal por aqui no blog, os acessos estabilizados, e eu de volta a realidade de que poucas pessoas querem saber da minha vida... muito menos pessoas querem saber da minha vida do que aquelas que querem saber sobre o BBB. Isso não me deprime. Apenas é um fato engraçado... você tem um blog pessoal e um dia resolve escrever sobre um assunto de uma seara da qual você não costuma dissertar... de repente, recorde de acessos. O problema que justo sobre o BBB... fazer o quê né? O importante é respirar.
Mas indo para o assunto do post, estava eu com uma amiga hoje conversando sobre crises existenciais e relacionamentos, no caso o dela. Falávamos sobre o depósito de expectativas que as pessoas colocam umas nas outras (tema já abordado por aqui, perdoem se estou sendo repetitiva). As dependências afetivas estabelecidas na maior parte das relações é um lance estrondoso, chega a dar medo, não no caso dela exatamente (que é uma pessoa que reflete sobre isso e tenta manerar), mas no geral. É triste como as pessoas fazem das outras os seus projetos de vida... depositam sua auto-estima nos sucessos alheios, deixam de investir em si mesmas e acham que a relação vai completar tudo que lhes falta. Aí vem toda a insegurança expressa em suas piores faces, tipo... o ciúme, o querer diminuir o Universo do outro, a chantagem emocional e tantas outras... quem aposta tudo no outro não pode nem sonhar com o fato do relacionamento não dar certo, porque se não der, a estrutura pessoal desmonta, já que a base é a vida alheia. Loucura.
Muito mais chance de dar certo um relacionamento que ninguém cria expectativas desleais... cada um dá conta de ser quem quer ser e deposita esperança e expectativa naquilo que é individual, naquilo que pode ser realizado por si mesmo... sem criar extensão narcísica pra cima de ninguém... sem fazer do outro responsável pela nossa vida... isso é lealdade. E aí os relacionamentos passam a servir para que as pessoas se encontrem para um amor que seja acompanhado de liberdade, para compartilhar as delícias e as dores da vida, para se darem apoio, contudo sem crer que desmontam se o outro for embora, porque sabem quem são, e sabem que após qualquer relacionamento, há vida. Todo mundo sobrevive, mesmo que meio machucado, contrariado, abatido. Mas admitir a possibilidade de que o outro, ou eu, podemos ir embora a qualquer momento, é dar chance a sinceridade, a verdade, a sensatez. Admitir que tudo pode dar errado, aumentam as chances de dar certo, pois o que se baseia na maturidade e na verdade, se torna mais sólido... e creio eu, assim pode ser muito mais leve e aconchegante.
De volta à terapia
Ontem resolvi escrever sobre um tema polêmico do momento e meu blog teve o maior número de acessos de sua história... legal. Mas hoje, estou de volta aos temas que me mobilizam a alma e dialogam com bem menos pessoas. Portanto, caso você seja um visitante que gosta de ler apenas crônicas jornalísticas, que tem relação com temas da atualidade e discussão política, este não é o seu lugar.
Retornei finalmente, depois de um longo e tenebroso inverno, para a terapia. Fiquei, acho, uns bons meses sem ir. As loucuras da agenda política do ano passado, as viagens para Curitiba e depois as férias do meu psicólogo, fizeram com que eu ficasse tanto tempo sem. Ruim. Mas estou de volta, e alegre com isso. Claro que não pretendo aqui dar detalhes quanto ao que converso lá. Quero mesmo falar um pouco da terapia como tema mesmo do post, de maneira geral.
Sempre aconselho todo mundo a procurar um psicólogo... acho que este tratamento é fundamental para o auto-conhecimento. E a minoria das pessoas realmente se conhece, quase ninguém conhece as próprias fraquezas e fortalezas. A mim faz muito bem este processo dialético de tratamento. Sempre digo que um dos principais males da humanidade é a culpa... e um dos focos da terapia é este, desconstruir as culpas.
Culturalmente a gente já nasce devedor. Nossa formação judaico-cristã nos faz pecadores, culpados e isso nos causa um monte de problemas. Caso alguém não nos ame, achamos que a culpa é nossa, não deu certo um emprego, a culpa é nossa, alguém sentiu inveja da gente, a culpa é nossa... o Corinthians perdeu o jogo a culpa é nossa (risos)... e assim vai. Sentir um pouco de culpa é saudável, este sentimento é um indicador moral importante para que tenhamos um eixo de conduta, o que não dá é pra ir internalizando isso desenfreadamente e carregar os males da humanidade nas costas.
Por isso, a terapia é importante, descontrói a parte maléfica da culpa, os resquícios que vão ficando dentro da gente e nos desencorajam para a vida, nos tiram as motivações. A terapia nos ensina a perceber o que é nosso, nos diz respeito e o que é do outro que muitas vezes transfere para nós os seus fracassos.
Para resumir, eu recomendo... e repugno gente que acha que pagar psicólogo é jogar dinheiro fora, que acha que conversar com a vizinha ou com o amigo de bar é a mesma coisa do que fazer um tratamento psicológico com um profissional... pura ignorância. Conversar com os amigos pode ser fundamental e muito bom, mas uma coisa não tem relação com a outra.
E geralmente quem é mais ignorante e acha que é jogar dinheiro fora fazer terapia, é quem mais precisa... no geral as pessoas tem muito preconceito, e quando chegam nos consultórios já estão só o pó da gaita, porque acham que é coisa de gente muito problemática se tratar com psicólogo... portanto, somente quando se vêem sem saída é que procuram ajuda profissional. Uma pena... pois se fossem para o tratamento antes de estar com a vida bagunçada, antes de tudo ficar precário, poderiam evitar muitos traumas e problemas.
Mas enfim, estou de volta a terapia... e feliz por isso!!
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Levantando
Depois de três noites sonhando com altas metáforas loucas de perseguição e luta, tive uma noite menos turbulenta. Sonhei com coisas difíceis, mas hoje mais literal, mostrando elementos reais que precisam ser superados. Prefiro assim, inconsciente sem rodeios. Mas o fato que as coisas, apesar de estarem um pouco mais calmas dentro de mim, continuam gritando. Estou num processo de tentar voltar ao equilíbrio, mas não anda fácil. As motivações são duvidosas, existem, mas acabam logo... são passageiras, e ao fim de cada sorriso devido a algo engraçado, a alma logo avisa que não anda feliz, e tudo volta dentro de mim. A notícia boa é que estou retomando muitas coisas que me ajudarão. Sempre que fico um pouco deprimida, já sei que é preciso fazer algo por mim bem no começo, para que não vire patologia. Então, além de fazer terapia por aqui, contando da vida para dezenas de pessoas, essa semana volto para a terapia mesmo... para o exercício físico já voltei ontem, e foi muito legal. É um esforço grande quando a gente está com a motivação precária, se levantar e conseguir fazer algo por si mesmo. E através de muita calma, de respirar fundo, e também voltar de maneira mais efetiva ao exercício da fé, estou conseguindo. É assim, acho que em quase tudo na vida. Quando começamos a fazer algo, vamos ganhando força para dar o próximo passo, e conforme isso vai tomando corpo, o tempo vai nos ajudando a superar. Até que um dia, as feridas tornam-se cicatrizes e já não doem mais. Aos poucos a gente vai se levantando, chacoalhando a poeira, até dar a volta por cima. Claro que estar perto de amigos, pessoas que amamos e que nos conhecem a alma é muito importante para lembrar que já nos recuperamos de outras quedas.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Definição de pessoa saudável
A definição da Organização Mundial da Saúde de uma pessoa saudável é uma pessoa em equilíbrio físico, social, emocional e espiritual. Achei interessante... saúde física implica em fazer exercícios físicos, comer coisas saudáveis, não beber, não fumar, ir ao médico regularmente. Saúde social implica em se sentir bem em absoluto no meio em que se vive, se dar bem com a família, ter amigos, ter grupos nos quais participamos, saúde emocional é ser bem resolvido, não ter mágoas passadas, não acumular rancores, traumas. E saúde espiritual, esse é bem individual, mas implica em conseguir se sentir bem naquilo que busca espiritualmente. Pois bem... acho que realmente conseguir equilíbrio em todas essas áreas é algo muito bom... mas o fato é que não conheço ninguém que tenha conseguido. Não conheço um ser humano se quer que seja saudável segundo a OMS... aí vem a pergunta que não quer calar. O mundo anda doente, ou a OMS está com um conceito rígido demais? Não sei... sei que absolutamente não me encaixo na definição de pessoa saudável.
domingo, 15 de janeiro de 2012
Pedaço da vida
Não sei se ao dizer me mostro,
Não sei se ao me esconder eu digo,
Minhas palavras são tantas,
Meus silêncios infinitos.
E a cada intensidade vivida,
Um pedaço a mais da vida se vai.
A arte de seguir em frente
Não estou em equilíbrio pleno. Ainda sinto dores na alma que se manifestam de um jeito estranho. Tenho tido sonhos estranhos... sonhos que indicam dificuldades, batalhas a serem vencidas, obstáculos extremos a serem enfrentados. Os obstáculos, eu sei, neste momento, não são objetivos, são subjetivos. Meu corpo não tem respondido em normalidade, e minhas motivações para o exercício das trivialidades andam muito prejudicadas. A vida está meio sem sabor. E não é por causa das obviedades que o senso comum identificaria. Não estou sofrendo pelo fim de um relacionamento exatamente. Não sofro de saudade, não sofro de amor. Sofro de indignação. Sofro por ter me perdido de mim. Sofro por ter me envolvido em algo que não era para mim, que não tinha a ver de fato com a minha identidade, ao contrário, por ter me perdido dela. Sofro por ter bagunçado a minha vida, por ter assumido responsabilidades que não me cabiam, papéis que não eram meus. Sofro por que muita coisa que eu acreditava sobre mim, quanto a solidez da minha identidade, a clareza quanto ao que eu quero da vida, tudo isso, não era tão sólido assim. Por isso, choro por mim... lamento por mim... e cato meus cacos numa tentativa de colocar tudo no lugar, e criar um cimento mais sólido... para que em relacionamento algum eu me perca daquilo que quero e acredito. Não quero nunca mais misturar as coisas, entrar numa de compartilhar o que não se deve. Não vou permitir que ninguém tente me moldar para preencher os seus buracos. Isso tudo me fez muito mal. Sinto que não fui amada nos últimos seis meses... sinto que alguém tentou fazer de mim o que não sou, colocando as mudanças como condição para me amar. Triste. Tudo isso me machucou fundo, bem mais fundo do que eu imaginava. E agora? A vida é a arte de seguir em frente, e devagar, no tempo que o meu coração conseguir, vou elaborar e digerir tudo isso. Logo logo, o meu sorriso vai voltar a ser fácil. As alegrias, as manifestações de vida serão naturais.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Os amores que tive...
Os amores que tive na vida me ensinaram muito. Desde as coisas mais simples do cotidiano, às questões objetivas relacionadas ao corpo, como também, aprendi a ver as manifestações mais diversas da alma. Seja pelas carícias, seja pelas dores, aprendi com meus amores a entender quem sou. Os meus limites e extensões, as minhas demandas, lacunas, intenções. E cada alma que me foi permitido entrar, roubei um pedaço e levei comigo, em troca deixei muito de mim. Levo comigo os mais diversos diálogos guardados que ajudaram a me lapidar. Trouxe leituras de livros que jamais conheceria sozinha, filmes dos mais banais aos mais cults, músicas das pops às clássicas. Visões diferentes quanto a espiritualidade, religiosidade, formas de seu exercício. Aprendi sobre meu corpo, sobre o corpo do outro. Sobre como através das sensações físicas, chegamos mais perto da nossa própria alma e da alma alheia. Com os meus amores, aprendi sobre o ser humano, o que alguém que não ama, não aprenderia em cem anos. Aprendi sobre as palavras, como podem ser usadas, aprendi que a fala serve para a sinceridade e para outras coisas, aprendi sobre os limites da sinceridade, entendi que o outro é quase sempre parte e espera muito da gente... mas aprendi muito mais sobre os silêncios, a entender os olhares, e que as vezes assim se diz mais do que se pode falar e escrever em milênios. Soube que apesar das guerras frias e armadas que vivemos em relacionamentos, a nossa memória, seletiva que é, guarda as cenas de ternura, e que sem elas não sobreviveríamos, nem no relacionamento, nem na vida de verdade. Entendi com os amores que tive que somos movidos e removidos de nossas zonas de conforto através do amor, que no fim, é o amor que nos motiva à vida, ao movimento, ao aprendizado, a superar nossas limitações objetivas e subjetivas... é o amor que faz com que possamos ver a nós mesmos, é o outro como espelho da gente que vai fazendo com que tenhamos alguma margem adulta de comparação. É o ato de amar que faz com que saiamos da simplicidade da infância, aos valores prontos que herdamos de nossos pais. É o amor que nos torna complexos, e quanto mais amamos, mais complexos nos tornamos, quanto maior a entrega da nossa alma a alma do outro, mais incorporamos o que a alma do outro tinha, e quanto maior o número de vezes que fazemos isso, mais diversidades passam a existir dentro de nós. E assim, o nosso código de acesso fica diverso, e quanto mais isso acontece, mais difícil fica de entregar a alma, de alguém atingir seu centro... e por isso, quanto mais são os amores que vivemos, mais sozinhos nos tornamos... porque são tantas as almas que habitam dentro de nós ao longo da história e do passar dos anos... o que nos torna únicos, com uma percepção de mundo tão vasta e profunda... que ninguém nos entende mais.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Enquanto a burocracia se resolve
Não gosto de Curitiba. Essa cidade é fria, cinza, difícil. As pessoas no geral são fechadas (e isso não é uma lenda)... mas cá estou, resolvendo questões para assumir o meu concurso. E como nada na minha vida é tranquilinho, faltou coisas de documentação e estou correndo atrás... entre esperar para sair um papel e outro, resolvi passar por aqui e cometer um dos denatinos da humanidade, se expor na internet. Hoje já me desrruguei milhões, já chorei e fiquei com dó de mim... porque quando as coisas ficam difíceis pra gente a gente vai logo achando que para todo mundo é mais fácil, o que não é verdade. Mas ok... agora estou calminha, escrevendinho para passar o tempo... a parte boa disso tudo é que pude vir fazer uma visita ao meu amigo Wil e colocar o papo em dia, já que me está sobrando tempo, enquanto a burocracia se resolve.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Não sei quem são...
Simplismos,
Senso e lugar comum,
linearidades,
Espírito crítico louco,
Ou nenhum...
Seja devido às alienações,
Ou alienações inversas,
Obviedades,
Diversas...
Neste mundo de meu Deus,
Não sei quem são os piores,
Se os crentes,
Ou os ateus.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Um dia a maioria de nós irá se separar
Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...
Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido...Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...
Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...
Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!
Vinícius de Moraes
domingo, 8 de janeiro de 2012
Completude
Pensamentos que se completam,
Uma alma que se preenche,
Uma ansiedade que não existe mais.
Objetivos que se sedimentam,
Um coração que enfim entende,
Um ser que aceita que não há iguais.
Entendimentos que se reinventam,
Novas formas de sentimento,
Deixando de lado expectativas desleais.
Escolhas conscientes,
Aceitando o que é ausente,
E não abrindo mão de si mesma jamais.
sábado, 7 de janeiro de 2012
Um ano inteiro
É aniversário de um ano do Blog. E a reflexão primeira é óbvia... o que eu estava fazendo há um ano atrás? Bem, há um ano atrás eu estava aguardando os dias para a minha colação de grau, meio em crise de como a vida seria a partir dali, pois depois de cinco anos convivendo na mesma instituição com as mesmas pessoas, como ia ser... e aí, diante de dúvidas e mais dúvidas resolvi criar este espaço. Eu estava bem diferente... passei por tanta coisa esse ano, aprendi viver sem a UEM, tive meu primeiro emprego de verdade, conheci todo o Estado do Paraná por dentro... foi bom, cresci. Durante este tempo me apaixonei... perdidamente uma só vez... mas de forma um pouco mais contida, acho que três. Conheci mais de mim, fiz amigos, desfiz. Organizei mais a vida em alguns aspectos e desorganizei em outros. Curei feridas antigas, resolvi coisas que há muitos anos estavam para ser resolvidas... e acabei criando novas feridas, que ainda estão abertas. Perdi minha avó... uma mulher com uma personalidade incrível e difícil, que pude conhecer as dores e as delícias de conviver com ela em seu último tempo de vida. Descobri fragilidades minhas e forças que não sei de onde vieram... aprofundei de certa maneira minha fé, minha forma de crer em Deus. Tive muitas experiências de fé neste tempo. Aceitei desafios grandes... ganheis todos, mesmo os que perdi. Passei num concurso e senti o sabor pela primeira vez de estar prestes a ter um emprego, a inaugurar uma carreira com a qual poderei ter independência financeira. Estudei pouco, escrevi pouco academicamente, se não me engano, neste tempo, apresentei apenas dois artigos. Pensei e repensei as minhas motivações de vida, o que compõe a minha identidade, o que amo, o que não amo, o que quero e o não quero para mim. Foram muitas coisas... me entreguei ao amor de forma sincera e profunda... e ao ver que o que estava posto não era para mim (não pelo o amor, porque este sentimento sempre vale a pena), me recolhi. E acho que cá estou... recolhida em mim mesma. Em silêncio, em pensamento, em escrita... mas pouca fala, pouco riso fácil. Com o coração sereno, em paz... mas ainda pensativo... reflexivo sobre quem eu sou.
É impossível envolver-se tão profundamente com alguém e no fim não perceber enormemente a si mesmo. Ao experimentar me relacionar, coloquei-me em cheque... são tantas faces que temos, são tantas vontades, são tantas pessoas dentro de nós... e como lidar com elas? Como convergir, como não enganar a si e ao outro quanto o que se quer realmente. "Eu quase sempre me divido entre ter meia alma e uma alma e meia...", quase sempre amo a simplicidade na mesma intensidade que amo o complexo, quase sempre amo pessoas de alma simples, com uma construção quase infantil, como também amo as almas mais extensas, com experiências profundas... e acho que este meu amar ambas as coisas, reflete a mim. Uma alma complexa em tantos aspectos, e simples em tantos outros.
Qual é o meu contorno? Eis a questão. Ainda não sei, talvez não seja possível saber ao certo. Mas eis meu foco para o próximo período, entender mais de mim. Delinear, sem ser linear, a mim. Aniversários sempre me tornam mais reflexiva. E este se confunde com o início de um novo ano. Um ano que parece que será muito especial... sinto-me mais plena, mais consciente de quem eu sou, apesar de tantas perguntas...
Na verdade, comecei este post sem idéia alguma e fluiu... era somente para dizer que foi bom escrever por aqui durante um ano inteiro.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Inspiração...
Acho que as vezes pego pesado na acidez por aqui... aí sofro de um dos principais males da humanidade, a culpa, e acabo apagando. Apago também, porque é ruim que humores ácidos fiquem assim registrados em algo que diz muito da gente. Tenho esses humores, mas eles não são a única face minha... na verdade acho que são no fundo a menor delas. Por isso, eis-me aqui... tentando escrever algo bonitinho antes de dormir. Não ando inspirada para a poesia... o que é uma pena, pois adoro poemas, especialmente os meus. Também não ando inspirada para o amor, nem para as crônicas que falam de amor... pois só se pode falar de amor realmente bem quem está amando... e eu, não sei se feliz ou infelizmente, não estou. Por isso, na falta do que escrever, cá estou... meio sem assunto. Talvez pudesse falar do meu dia, mas nunca gostei de trivialidades por elas mesmas... trivialidades importam quando são desculpas para mostrar nas suas entrelinhas a essência das coisas. É isso, não tenho muita inspiração neste momento, por isso não vou me alongar. Amanhã o blog completa um ano e eu espero ter inspiração para escrever algo bonito, algum texto do qual eu possa me orgulhar. Gostaria de falar de amor, mesmo não amando, porque esse é meu tema predileto. Talvez eu já tenha amado tanto que tenha estoque para falar deste tema assim mesmo. Na verdade gostaria de escrever um texto sobre todos os amores que tive... vou tentar, espero ter inspiração.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Temporadas de séries loucas...
A quarta temporada de Fringe e a segunda temporada de The Walking Dead, eu recomendo... estou indo ver mais um episódio de Fringe e depois dormir. Essa série, eu já falei dela no início do ano passado aqui no blog... é policial e de teorias da conspiração, protagonizada por uma mulher... minha cara. Mas depois de ver um episódio estou determinada a dormir e não enlouquecer e ver toda a temporada em uma única madrugada como geralmente faço...e como fiz com os sete primeiros episódios que saíram da segunda temporada de The Walking Dead, ou com a primeira temporada inteira de Game of Thrones. Vou dormir cedo assim para começar um longo processo de me disciplinar... amanhã acordo de manhã para mais uma bateria de aulas e para ver se melhoro meu desempenho físico, porque hoje foi difícil, percebi que estou bem preguiçosa e comendo milhões e meio... por isso não posso me empolgar nem nas séries e nem no Blog.
Jogando fora pensamentos
Eu... aqui, tomando um suco de manga gelado e delicioso, e aproveitando para jogar pensamento fora... fiquei refletindo como detesto cobranças. As pessoas tem o dom de transformar coisas que são feitas para ser suaves em pesos pesados para serem carregados nos ombros. Tudo começa por motivação real. Você liga para o outro porque deseja e quer, você conta da sua vida porque isso é prazeroso, você cuida e se dedica porque gosta e assim vai indo... até que, ao fazer isso sempre, um padrão se estabelece... e se, depois de o padrão estar estabelecido, se você dá um vacilo, o outro surta. Estava acostumado com a sua motivação, a sua espontaneidade para fazer as coisas boas acontecerem... e provavelmente, se não fosse a cobrança, você continuaria tendo motivações e fazendo, mudando no máximo o ritmo. Mas ao colocar peso, ao transformar o que era leve, em uma necessidade de afirmação constante do sentimento... sabe o que acontece? O óbvio... toda a motivação se vai... isso serve para todo tipo de relação, seja amorosa, seja de parentesco e até de amizade.
É isso, só uma reflexãozinha jogada fora para não perder o costume... nem é atualmente muito autobiográfico... só estou catando as lembranças e digerindo-as... lembranças mais novas, mais antigas, mas a maioria delas tem esses pesos finais e suavidades iniciais.
Dedos mudos
Ando com os dedos meio mudos... e quando escrevo, as vezes acho que é meio demais e apago. Mas ando feliz. Nunca me senti em estado de tamanha liberdade e reflexão sobre mim e meus objetivos. Ando também com pouca paciência para problemas que não sejam os meus... Confesso que estou em uma fase de silêncio e dedicação a mim mesma com quase exclusividade... por isso não estou ligando muito para a comunicação com a humanidade, somente o necessário. Estou numa tentativa de disciplinar o corpo novamente nos exercícios físicos depois das festas e folias alimentares de fim de ano. E comecei a bateria de estudos para o próximo concurso. É quase como fazer a faculdade de novo condensada num semestre... mas muito mais bem feita no que diz respeito ao estudo, porque a cerveja, a paquera, as festas e as longas aulas assassinadas para fim de comunicação com as amigas é uma fase que já foi. E o melhor, meu coração que estava sempre perdido, sempre com um buraco a ser preenchido por alguém, se sente transbordante... está cheio de si mesmo, de seus próprios objetivos, cheio de fé, perseverança e serenidade.
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