As vezes se sentia Pedro, as vezes, era Raul... e numa luta constante contra tudo quanto era capaz de criar dentro de si usurpação da identidade, assim ela ia... as vezes ia e não voltava... as vezes nem ia... só ficava, assistia, uma dança estranha que a consumia, movimentos de corpo que lhe paralisavam a alma... remédios ineficazes, construindo uma pseudo calma. Então aquela que era ela realmente, se revoltava diante de tantas faces medíocres, estímulos vazios... e as máscaras que iam surgindo, precisavam sempre ser renovadas numa tentativa frustrada de encontrar-se pelo método errado. Um passo antes do fracasso... não objetivo, socialmente aceito ou não... o fracasso de negar-se a si mesmo.... não encontrava palavras para as contradições... eram tantas. Todas eram amandas, mas nenhuma era realmente ela, aquela que no fundo sabia onde estava, mas não acessava... mas estava lá para lhe dizer que nada ia bem... optava então por uma dose autêntica de conhaque barato, um cigarro... que pobre metáfora de si mesma...
Nenhum comentário:
Postar um comentário