Seus olhos eram simples, diretos. E por isso mesmo é que eram demasiadamente complexos. Firmes, retos! Sim, havia uma força incomum naquele olhar. Todo o resto de suas ações partiam dali. A totalidade de sua face orbitava em volta daquele núcleo paradoxal. Lábios, nariz, sobrancelhas, linhas de expressões, marcas eram coadjuvantes perfeitos, componentes submissos daquela força nuclear. Seu corpo era diretamente proporcional aos seus olhos. Ambos, intrigantemente admiráveis. Mas o que havia de diferente? Uma vez alguém pensara..."não há vazios neles." Mas como não há vazios? Era possível vez por outra encontrar ali uma tristeza, uma consciência plena de que a vida vinha embutida de dor. Uma noção de que neste mundo há desamor. Sim. Mas isso não era ausência. Era apenas a consciência, o enxergar, que tudo o que há nesta vida é pequeno, efêmero e há de passar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário