segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Esgotamento


Não sei se choro, não sei se rio.
Pois a verdade
É que, frente ao esgotamento do que sinto,
Me divido
Entre comemorar a liberdade
E lamentar um vazio.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Violências Sutis


Há muitas formas de violência neste mundo. E todos nós em algum momento da vida já sofremos com isso ou fizemos alguém sofrer. Há formas muito evidentes de ser vítima de alguma violência. A física é a principal delas e se revela de forma muito gritante por aí. Contudo, assim como a pior mentira é aquela que vem escondida junto a noventa e nove por cento de verdade, a pior violência é aquela que chega de maneira sutil em tons que não estamos esperando. As vezes a violência vem em formato de graça, piada, risada... e só percebemos que fomos vítimas depois. Quando as agressões são sutis, elas entram na gente de uma forma muito pior do se fossem explicitas. Quando as percebemos já é tarde, não se pode mais reagir, passou o momento da defesa. E é aí que começa a pior parte. Porque se a gente perde o momento de devolver, colocar pra fora, a dor vira uma ferida. Uma ferida que se a gente não cuidar corrói por dentro, infecciona e fica pior. No fim das contas, muitas vezes, frente a violências sutis, resta-nos a racionalização, o uso das válvulas de escapes metafóricas, os exercícios físicos, as terapias, as conversas com amigos, as crônicas, os poemas.

domingo, 15 de setembro de 2013

Certas coisas


Certas coisas que tem tudo pra ser
E não são,
Talvez não sejam 
Porque não devem ser...
Ou não!

sábado, 14 de setembro de 2013

Dúvida


Ao mesmo tempo que duvido de lá,
Uma dúvida ao pé do ouvido, 
Se instala de cá.
E me pergunto...
Dessa dúvida, o que será?

terça-feira, 10 de setembro de 2013

NÃO


Os nomes do que sinto,
São as palavras que eu não dou.
Os olhares infinitos,
São os lugares que eu não vou.
E em meio a uma profunda solidão,
Percebo-me sendo a minha mais real companhia.
E ao afastar as paixões,
Diminuir as infinitas demandas de desejos,
Coloco no centro o que deve estar,
E afasto de mim as idolatrias.
E então... viva!
Resignificada está... a Vida!
Os donos da pauta já não são eles,
Os elogios sublimes, as afinidades de pensamentos,
Os corpos peculiares, as elaborações subjetivas,
Os olhos caídos, as canções bonitas, as peles macias,
Os gostos e cheiros intrigantes, as paisagens lindas,
As formas côncavas ou convexas,
Os clássicos alimentos ao meu ego, os espelhos mágicos,
As relações complexas.
Não, já não são.
Os vícios vão indo, os ciclos são rompidos.
E o que eu não quero, vai ficando nítido.
E me encontro inebriada da mais profunda gratidão,
Porque de um luto esquisito eu encontro a saída,
E sobre uma morte desencadeada por um estranho "não",
Sem muita explicação,
Maravilhosamente, vai se produzindo vida...