Os nomes do que sinto,
São as palavras que eu não dou.
Os olhares infinitos,
São os lugares que eu não vou.
E em meio a uma profunda solidão,
Percebo-me sendo a minha mais real companhia.
E ao afastar as paixões,
Diminuir as infinitas demandas de desejos,
Coloco no centro o que deve estar,
E afasto de mim as idolatrias.
E então... viva!
Resignificada está... a Vida!
Os donos da pauta já não são eles,
Os elogios sublimes, as afinidades de pensamentos,
Os corpos peculiares, as elaborações subjetivas,
Os olhos caídos, as canções bonitas, as peles macias,
Os gostos e cheiros intrigantes, as paisagens lindas,
As formas côncavas ou convexas,
Os clássicos alimentos ao meu ego, os espelhos mágicos,
As relações complexas.
Não, já não são.
Os vícios vão indo, os ciclos são rompidos.
E o que eu não quero, vai ficando nítido.
E me encontro inebriada da mais profunda gratidão,
Porque de um luto esquisito eu encontro a saída,
E sobre uma morte desencadeada por um estranho "não",
Sem muita explicação,
Maravilhosamente, vai se produzindo vida...