quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Entre o Gelo e o Fogo


Entre os riscos e os afetos nasciam estéticas que demandavam salvaguardas, frágeis como cristais. Um equilíbrio que dependia de dosagens refinadas e mudanças sistêmicas por vezes proliferavam, de fato, a desorientação e a impotência. 

Já que os pensamentos heréticos conduziam ao profundo exílio dentro de si mesma. Gozava de algo que poderia chamar de um despertar em breves momentos, uma alegria transitiva e transitória, reivindicativa de hipóteses, perseguia o rastro de perfumes exalados de gostos que se renovavam mas que também lhe confundiam entre tantos zumbidos existenciais. 

Superestimações idólatras evidenciavam quesitos que qualificavam e desqualificavam a vida, questionando a autonomia como um bem absoluto. Outros aspectos avassalavam o pensamento questionando se o futuro outrora previsto, existiria. 

A perda do viço existencial, a distância do apogeu do regozijo, a impossibilidade da surpresa, a artificialidade da celebração remota, o ciclo vicioso de padecimentos, o prenuncio do gozo não consumado, o olhar esperançoso não contemplado, a confusão entre o riso e o choro, traduzia a vida entre o gelo e o fogo!