terça-feira, 27 de setembro de 2011

Amor é graça, não meritocracia


Tenho um temperamento bem pouco linear. Penso e elaboro muito sobre sensações e sentimentos. Sinto, e começo a falar ou escrever sobre o que sinto, até entender tudo ou achar que entendi tudo, e ficar em paz com o que estou sentindo. E sou intensa, não gosto de meias palavras, meios sentimentos, meias verdades. 
Contudo, não é sempre que encontro paz, as vezes demora um pouquinho. A verdade é que estou morrendo de medo e insegurança. Não importa o que o outro me diga para fazer com que eu me sinta segura e cheia de coragem para enfrentar um relacionamento, sinto-me com medo. Todas as minhas experiências de menina vem à tona... cada vez que desejei algo e me frustrei vem a luz... todas as vezes que eu quis um relacionamento e não pude tê-lo, ou estava em um e foi interrompido por algum motivo... tudo isso me vem, me dói agora diante de um início, de um novo começo. 
E me preocupo que estes traumas, fantasmas da minha vida passada façam com que eu sabote o meu presente que quero tanto..."o medo de ter medo, de ter medo..." E que por medo, eu acabe exagerando na dose, ou acabe fazendo menos do que deveria... ai ai, as linhas tênues da vida. Mas no fundo, e apesar de eu estar apavorada com os sentimentos que estão dentro de mim pela primeira vez... acho que nada disso, desses medos todos,  é importante. 
Penso que se tiver de ser será... pode parecer um pensamento meio infantil e utópico demais, mas é exatamente isso que penso... acho que se for amor, nada poderá deter, nem mesmo as minhas neuroses, inseguranças e auto-sabotagens. Amor é graça e nada que façamos pode acabar com ele ou fazer com que ele nasça... simplesmente é. 
Como o amor de uma mãe por um filho, quando ele nasce, ela o ama, sem que ele tenha mérito algum, e continua o amando mesmo que ele faça tudo para acabar com este amor...por que é de graça...podendo variar apenas na intensidade... e como acredito que amor é amor e ponto, independente de qual tipo seja, acho que sua lógica geral é essa... ser de graça... não acredito em teorias que coloquem o amor em nosso esquema pobre de meritocracia. O amor ou é ou não é. Existe ou não, e nada pode mudar seu estado de existência. 
Acho que pensar assim me deixa deixa mais tranquila... mais em paz, sabendo que o que tiver de ser será.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Desejo


Ao desejar, idealizar, querer,
Não pude tanto.
És o materializar de tudo...
E daquilo que eu não pude prever.
Não houve em mim desejo
Que pudesse alcançar,
O que é agora esse meu desejar
Você!!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Flor no Asfalto


Faz um bom tempo que não passo por aqui. Acho que desde que criei o blog nunca fiquei um período tão longo sem escrever. Uma lástima... e afirmo que não é o caso daqueles blogs que a pessoa cria, no começo escreve e depois esquece. Não. Fiz este espaço para ser duradouro, para colocar um pouco daquilo que sinto, penso e indigno. Portanto, retorno para dar satisfação aos leitores, mas fundamentalmente, para justificar a ausência para mim mesma. Ver as palavras aqui, implica em reflexo de mim e preciso deste exercício. Mas o fato é que a vida anda corrida, como mesmo disse no último post. A vida anda num ritmo alucinante, ritmo tal em que poucas coisas tiveram espaço na minha vida para além da política. Ainda bem que poucas não é nenhuma. Tive que parar de dar aula, por fiquei um bom tempo em "alto mar"... tipo rodando o estado por causa da política. Também não consegui escrever quase nada, minha outra paixão. Mas para além da política, duas coisas que me são fundamentais não ficaram para trás. Continuei exercitando minha fé em Deus, O buscando acima de tudo, porque sem Ele, nada do que faço e acredito faz sentido. E ainda, um sentimento muito especial por uma pessoa muito especial começou a acontecer dentro de mim. Em meio a tanta confusão, em meio a política que maltrata tanto o coração de quem tem sensibilidade na vida, em meio a tanto cimento e asfalto (usando uma metáfora de Drummond), acho que nasceu uma flor, uma emoção que rompe todo o caos e tem me feito feliz.

domingo, 4 de setembro de 2011

O mesmo lugar?

Não é simples encarar novos desafios na vida. Qualquer momento de mudança, desestabilidade, saída da zona de conforto, dói. Seja em qualquer âmbito da vida. Nunca fui de permanecer muito tempo no mesmo lugar (metaforicamente falando)... as mudanças sempre me chamam a atenção e no geral me conquistam... minha alma está sempre em movimento, criando tese, antítese e síntese de seus componentes com o mundo.  Mas o fato é que depois de um processo de transição, de convite a mudança, ainda que voltemos para lugares onde já estivemos, não voltamos iguais... e isso, ao mesmo tempo que causa alegria por experimentar novos caminhos, causa também uma certa angústia... uma melancolia... ainda mais quando gostamos do lugar que estamos.